Queridos Leitores,
Esta é minha 40a coluna!! São 40 semanas contando para vocês minhas aventuras, minhas lutas, minhas perdas e minhas vitórias! É uma honra para mim poder fazer isso e aos poucos ir agregando mais e mais leitores!
Para comemorar tão ilustre número eu resolvi falar de umas peraltices que fiz durante a pandemia… rsrs. Digo peraltices porque eu desobedeci às ordens de ‘ficar em casa’ e dei duas fugidas (somente duas, sou bem obediente), e delas pude tirar fotos fantásticas dessa cidade que tanto amo e que tem tantas facetas!
Vou começar falando da segunda escapada foi um pouco louca. Na época eu estava no Tinder (um aplicativo com um mostruário de homens, no meu caso, e que você escolhe se gosta ou se não gosta do que vê, aí se o cara gostar de você, os dois podem se comunicar) e comecei a conversar com um carinha que me disse que morava num barco-casa. Eu sempre tive muita curiosidade nesses barcos daqui. Ou você é muito rico para ter um e só morar nele durante o verão, ou você é um lascado e mora nele o tempo todo. Lógico que esse do Tinder era um lascado, e eu fui um pouco sem escrúpulos (mas quem tem escrúpulos no Tinder? Rsrs), queria fotografar. Estava ficando louca não poder sair e aí surgiu essa oportunidade ‘fora da lei’ para fotografar. Lá vou eu. Esses barcos navegam pela rede de canais de Londres que é enorme. Então ele me disse em que ‘moor’(áreas específicas onde esses barcos podem atracar e com instalações para limpeza dos barcos e abastecimento) ele estava e eu fui. O bom era que não podíamos nos tocar… rsrs, me senti segura. O Barco em si é bem comprido, o motor fica atrás, e é por onde acessa o barco. Ali é de onde ele dirige(?) o barco. Desce a escada e tem o quarto, num grande corredor o próximo cômodo era outro quarto, logo depois o banheiro e depois tinha uma cozinha tipo americana, uma sala e subindo a escada tinha o terraço da frente do barco!
O cara foi bem legal, me levou pra dar uma volta, passamos por um ‘lock’ que a gente entra nele, aí o cara sai do barco, abre a barragem, a água enche o lock, o barco passa e ele fecha a barragem. Tipo um elevador de barco. Eu fiquei fascinada, pois já tinha visto, mas nunca tinha estado num barco quando isso aconteceu! As fotos desse dias estão muito boas! Lugares em Londres que ninguém imagina existir!
Já a primeira escapada foi eu sozinha, e com aquela vontade de fazer alguma coisa que fosse mais longe de casa, que não fosse supermercado, aí vi as fotos de uma pessoa no Facebook, um amigo, e disse, eu vou fazer isso. Entrei em contato e perguntei se ele teve problemas com a polícia, ele disse que não, pois só estavam ele e a mulher dele, mas notou que a polícia estava parando e dispersando grupos (muito doido isso né?), então planejei, e num domingo ensolarado lá vou eu…. Estacionei meu carro o mais perto que pude da área que escolhi, de câmera, e lentes em punho lá vou eu andando pelo leste de Londres, na verdadeira cidade de Londres, onde ela começou! A caminhada foi de pouco mais de 8 quilômetros. Passei pela catedral de St. Paul, atravessei a ponte do milênio , parei na frente da Tate Modern, fui até a ponte de Blackfriars, tirei fotos na Fleet Street, tentei convencer o guardinha pra entrar na área da igreja do Templário, mas não consegui, passei por antigos mercados e quando cheguei de volta no carro estava me sentindo a fugitiva, pois sim eu fugi da prisão que me impuseram, andei pelas ruas vazias de Londres e voltei para casa sem nenhum policial me parar!
Naquela época louca, momentos como esses eram tão valiosos como um diamante! Tanto no passeio do barco, como no passeio por Londres eu senti o verdadeiro valor da liberdade, do que isso significa e que não existe nada mais importante na vida das pessoas. Adorei correr os riscos, adorei o resultado das fotos e mais ainda adorei me sentir livre!
E como estou escrevendo essa coluna no Dia Internacional da Mulher, gostaria de dizer que esse dia vai muito além de flores, chocolates e homenagens. Hoje é o dia de avaliar a liberdade das mulheres em todo mundo e pensemos o que podemos fazer para mudar a vida de tantas mulheres que ainda são escravizadas. E nas palavras de Madre Teresa: faça uma oração, e mesmo que você pense que é só uma gota no oceano, se não fizer, é um oceano com uma gota a menos!
Deixo vocês com minhas fotos dos dois passeios e a minha poesia final!
Até a Próxima!
Aída
Que os anjos nos abençoe,
Que os anjos olhem por mim,
Que você reflita e perdoe,
Que o perdão seja o seu estopim…
Para explodir de alegria,
E que tudo vá além,
Daquilo que você queria
E que os anjos digam amém!
Aída
12/05/2020
Respostas de 19
Vc tem uma sensibilidade para escrever e registrar com fotografias maravilhosa.
Show Demais essa matéria! *PARABÉNS*
Muito obrigada Ana Flávia, pelo seu carinho! Acredito que essa sensibilidade é o amor que tenho em escrever e fotografar… e tudo que é feito com amor 🥰 tem um bom resultado né? Volte sempre minha amiga, é sempre um prazer! 😘
Vamos fugir com Aida…lá vai ela fotografando …aventura necessária para fixar o olhar na amplitude do lugar vazio.O barco incrível…companhia à parte …o que interessa é o flech necessário da máquina…rsss.Outro momento, Londres,calma e serena…ela tá vendo tudo…menos a ordem do dia…vamos fugir baby com Seixas…na esquina tem gente…parabéns menina traquina!!!
Eita Cris, quase esqueci de agradecer seu comentário cheio de carinho e poesia! Mas antes tarde do que nunca… sim foram dias libertadores e eu não fui pega! 😘
Aída, não sei se é melhor fazer os comentários primeiro ou por último. Kkk
Além de você, seus leitores dão um show. Cada um melhor que o outro. Você está nos presenteando em suas duas “fugidas” com imagens impressionantes de uma Londres deserta, diferente do dia dia agitado, mostradas e descritas com um jeito que nos transportam para o local da cena. Perfeito. Parabéns.
Ah! Só uma dúvida: o que você encontrou quando virou a esquina foi a Catedral de St. Paul?
Para finalizar existe uma música de Raul Seixas que retrata muito bem o momento da pandemia, segue o link:
https://youtu.be/H8zbYY41Vus?si=r9MuNFT1wiGeocah
Querido Albino, pra mim não importa, o que importa é você comentar!
Essas escapadas foram bem legais, e teria feito isso onde quer que eu estivesse… momento histórico ver a cidade deserta.
Na verdade eu não dobrei a esquina pois eu comecei do ‘turn’ e fui em direção ao começo que era a catedral… realmente não sei o que tinha no entorno da London Wall!
E essa música , eu acho que foi uma premonição do Raul Seixas… que pena ele não estava mais por aqui para ver isso acontecer! Grata pelo carinho! 😘