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quarta-feira, 6 de novembro de 2024 – 15h56

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NOVAMENTE ESTAMOS NA ESTRADA

*Em nossa existência, tão importante quanto a experiência, deverá ser a oportunidade e a liberdade de produzir mudanças valiosas, aprendi isso enquanto era um professor dedicado da faculdade de arquitetura e urbanismo, desfrutando das minhas aulas.

Serra Verde, orvalhada pela neblina, essa composição remete ao grande pernambucano Alceu Valença cantando Espelho Cristalino, “olho d’água sangrando numa fonte”; no intuito de atender a arquitetura nossa de cada dia, nos deslocamos para dentro de nossa Alagoas e do vizinho Pernambuco, estamos de folga de alguns afazeres e em ebulição em outros compromissos: talvez seja o “descansar enquanto se carrega pedras”. É impressionante como uma coisa chama outra e em nossa memória lateja, a frase do luminar Roberto Burle Marx, maior paisagista moderno do Brasil, já desaparecido. Burle Marx anotou entre tantas falas: “As estradas do Brasil devem ser atentamente cuidadas, são elas que revelam ao viajante atento, toda a beleza e diversidade natural do nosso imenso país”.

Pingos de chuvisco sobre o parabrisas nos trazem o misto da comoção com o alerta para com o redobrar de cuidados na auto estrada.
Também aprendi com os de Pernambuco, no verão, às praias; no inverno, às serras.
Antes mesmo, Alagoas e Pernambuco já foi uma coisa só. Só dos Caetés, depois do Coelho donatário em capitania. A terra massapê que forjou nossa carne mestiçada, castiça. E o sangue adoçado pela cana. Caiana, Fita, entre tantas, uma mais bonita e outras em ondulantes e verdes canaviais. A paisagem é agora outra, fruto das ações antrópicas.

Estamos indo para adiante em molhado outono, para o inverno, menos de um mês.

Em relação a menção de inverno, as festas joaninas fornecem as expectativas sob a tônica do milho de experienciar, as alegrias advindas da musicalidade e festejos desta época tão cara ao povo nordestino. As perspectivas do comércio, hotelaria e serviços se voltam para atender com presteza essa demanda celebrada.

O enfoque na paisagem não é apenas deleite para o olhar, senão para todos os sentidos na complementaridade que pede o corpo e o espírito. Somos parte integrante e parte integrada ao natural.

Anda o serviço a contento, as nuances nos encontram coordenadas, pessoas colaborativas se agregam ao objetivo coletivo.
Cenários reconfortantes avançam para o sombreado meio dia.
Atentemos para os pormenores, assim como para a relação com o todo.

“Deus, habita nos detalhes”. Mies Van Der Rohe.

A estrada nos chama: é chegada a hora de voltar.

De voltar.

De voltar.

Então, as paralelas e os pneus nas linhas das ruas, são duas, estradas nuas e que nos remetem ao cearense Belchior.

Sucessivas cores dançam harmonicamente sob a luz do entardecer.

O mundo de meu Deus é a perfeita harmonia das cores e o louvado perfume das flores.

De modo que somos brindados com a alvissareira lua cheia!
E novamente voltamos ao Alceu Valença: “Olhei para Lua e me lembrei de Gonzaga”.

E as luzes da cidade nos avisam que chegamos.

Reflitam, caríssimos e atentos urbaNAUTAS, o território também se conhece e se domina pelo salutar e necessário deslocamento. O artista tem que ir e vir. Somos todos artistas, artífices de nós mesmos e de todos que estão ao nosso redor. Fazer ser feito. Assim seja.

Maceió, Das Alagoas,
terça feira, 28 de maio de 2024

Ensaio dedicado
as boas ideias.

Fotos: RCF
Texto: RCF

Respostas de 11

  1. Recebi via whatsapp, e aqui publico a fala (hai kai) do poeta, cronista, compositor, intelectual e livreiro, Marcos Farias Costa:

    [28/5 10:22] Marcos Farias Costa (Dialética Sebo): On the road.

    [28/5 10:35] Marcos Farias Costa (Dialética Sebo): Pé na pista.

    Brinquei, dizendo – lhe: – “Quase um Kerouac…”

    Obrigado pela atenção, camarada, fraterno abraço.

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