Admirada por banhistas, nesta quinta-feira (29), na praia do Francês, litoral sul de Alagoas, uma baleia-jubarte lançou seu pesado corpo sobre a linha d’água, em performance acrobática. A espécie migra para as águas mais quentes do litoral brasileiro nos meses de inverno, onde dá à luz e amamenta seus filhotes. De julho a outubro, período de reprodução, surge no litoral brasileiro, que se tornou um grande berço de baleias.
Essa gigante marítima chega a atingir até 16 metros de comprimento e pode pesar cerca de 40 toneladas. A jubarte vive até 100 anos e seu nado pode atingir a velocidade de 17 km/h. Seus mergulhos alcançam mais de 600 metros de profundidade. Consegue manter-se submersa por cerca de 30 minutos, mas, por ser mamífera, precisa retornar à superfície para respirar.
“As baleias podem saltar por diversos motivos: um macho adulto pode saltar e fazer batidas de caudal, dar cabeçadas ou batidas de nadadeiras peitorais demonstração de força para atrair atenção de uma fêmea. Um filhote pode saltar como exercício ou apenas diversão. Algumas baleias podem saltar para remover parasitas de seu corpo”, explicou o biólogo e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cláudio Sampaio.
“Grandes asas da Nova Inglaterra”
A baleira-jubarte é identificada por sua coloração negra no corpo, pelas nadadeiras dorsal e peitoral – que são brancas e podem ter até 1/3 do tamanho do animal -, além da cauda preta e branca. O canto dos machos é outra característica marcante. Os sons são emitidos para atrair as fêmeas e marcar o território.
“Apenas a baleia macho possui a capacidade de cantar. Esse canto serve para atrair fêmeas para acasalar e, possivelmente, indicar a outros machos a sua presença, para que fiquem longe. Curiosamente, as baleias-jubarte possuem cantos que indicam suas áreas de alimentação, pois em cada região tem um canto próprio, com características bem marcantes, algo semelhante a um sotaque”, revela Sampaio.
A jubarte integra o grupo dos misticetos ou “baleias de barbatana”, que, em vez de dentes, possui, em ambos os lados da boca, uma cortina de cerdas filtradoras, as “barbatanas”, muito semelhantes a escovas. Elas se alimentam de pequenos organismos do mar.
Seu nome científico é Megaptera Novaeangliae. Megaptera, do Grego, significa grandes asas, em referência às enormes nadadeiras peitorais, e Novaeangliae, ou Nova Inglaterra, refere-se à região dos Estados Unidos, onde foi cientificamente identificada pela primeira vez.
A luta pela vida
Assim como outras espécies marinhas, a baleia-jubarte enfrenta uma longa jornada pelas águas em nome da manutenção da vida. Elas vivem há milhares de quilômetros de distância da costa brasileira, na região subantártica, distância aproximada de 4.500 km, das praias alagoanas.
A espécie vem para as águas quentes e rasas, livres de grandes predadores, para reproduzir. Aqui, acasala, pare e amamenta seus filhotes, até que eles fiquem fortes e capazes de realizar a viagem de volta.
A baleia-jubarte fêmea dá à luz aos 11 meses de gestação, de um filhote que nasce com aproximadamente quatro metros de comprimento, pesando cerca de uma tonelada. Ele mama até 100 litros de leite por dia. O desmame ocorre entre seis e dez meses de vida. Com um ano, ele se torna independente e se separa da mãe.
*Com informações de Desembarque Alagoas
Assista o vídeo do canta da baleia-jubarte