Em 27 de novembro, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Mais um avanço pode ser celebrado na luta contra a doença. O farmacêutico alagoano, Prof. Dr. José Marcos dos Santos Oliveira, identificou um potencial biomarcador para o diagnóstico precoce do câncer de boca. A pesquisa analisou amostras de saliva de 38 participantes, divididos em dois grupos, com e sem câncer de boca, comparando os achados entre eles. Os resultados foram animadores, com acurácia acima de 70%. Um teste de diagnóstico deverá ser desenvolvido em continuidade da pesquisa.
Oliveira explicou que modelo de predição, com os valores obtidos, são considerados satisfatórios para os critérios de pesquisa científicos. “Nós utilizamos a biópsia líquida para a análise da composição e chegamos a um modelo de predição com acurácia de 73%, seletividade de 80% e especificidade de 70%. Isso é muito bom, porque os modelos de predição com acurácia acima de 70% já são considerados satisfatórios”, disse Oliveira, que tem doutorado em Química e Biotecnologia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e graduação em Farmácia pela mesma instituição de ensino.
O estudo foi desenvolvido por meio do Programa de Pós-Graduação de Pesquisa em Saúde do Centro Universitário Cesmac, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O trabalho faz parte do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), aprovado junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) em 2021, com aporte financeiro de R$ 102 mil. Os resultados devem ser publicados em revista científica internacional, para onde o estudo foi submetido à avaliação. “A pesquisa continuará com um número maior de participantes para aprimorar o modelo de predição. A intenção é que um teste de diagnóstico seja desenvolvido nos próximos anos”, ressaltou.
O professor destacou ainda que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de boca é o 5º principal tipo de câncer entre os homens, sendo mais frequente em pessoas de baixa renda e baixa escolaridade, com pouco acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às informações de prevenção à doença. “Estamos respondendo a um problema real da população, e a melhor estratégia para o combate ao câncer de boca é a prevenção e o diagnóstico precoce”, completou.
*Com informações de Assessoria do CRF/AL
