Os resultados preliminares do Inventário do Patrimônio Cultural e Imaterial (IPCI Maceió) – banco de dados inédito da memória cultural dos cinco bairros em subsidência na capital alagoana, em consequência da mineração da petroquímica Braskem -, foram apresentados, na quarta-feira (9), ao reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, e a representantes do ensino superior, e do ministérios públicos Federal e de Alagoas. Iniciativa da Ufal, o projeto vem sendo realizado desde fevereiro deste ano, pelos pesquisadores, Clair Júnior e Juliana Barretto, e pelas coordenadoras, Josemary Ferrare e Adriana Guimarães. O IPCI Maceió será disponibilizado, em breve, para o público em geral.
Conduzido pela Ufal, por meio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), o projeto cumpri as condições estabelecidas no acordo socioambiental firmado entre a Braskem, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Alagoas. A decisão foi tomada em resposta aos impactos da catástrofe e ao iminente risco de afundamento da região afetada pelas atividades de mineração de sal-gema, o que resultou no processo de desocupação dos cinco bairros da capital alagoana.
A partir da finalização do trabalho de campo feito por 21 agentes comunitários de pesquisa, foi possível construir a cartografia social do IPCI Maceió. Baseado nos resultados da pesquisa de campo e entrevistas com grupos de Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Pinheiro, o material foi desenvolvido com a participação dos próprios agentes pesquisadores. Eles mapearam significados e relações das comunidades com seus espaços de convivência, usando os próprios conhecimentos. Uma forma de dar voz e visibilidade às experiências e às histórias das famílias que tiveram de deixar casas e bairros.
Além do reitor, estiveram presentes à exposição membros do Ministério Público Federal (MPF), a procuradora-chefe Roberta Lima Bonfim e a procuradora da República Júlia Wanderley Cadete; e do Ministério Público de Alagoas (MPAL), mais especificamente da força-tarefa do Caso Braskem, formada pelos promotores de Justiça, Maurício Pitta, José Antônio Malta Marques, Jorge Doria, coordenador, e Max Martins. O promotor de Justiça Givaldo Lessa não compõe a força-tarefa, mas também foi convidado para participar da reunião.
Também marcaram presença no gabinete do reitor, o diretor do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias, Gaus Silvestre, e a pró-reitora Iraildes Assunção. Pela Fundepes, gestora do projeto, estiveram o diretor-presidente Edson Bento e a diretora vice-presidente Taciana Melo.
*Com assessoria da Ufal