A construção de cinco torres no entorno da Lagoa da Anta, entre os bairros da Jatiúca e Cruz das Almas, em Maceió, ganha mais um novo capítulo. A Comissão de Meio Ambiente, da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE/AL) vai realizar, nesta terça-feira (11), a partir das 10h, uma audiência pública para debater o impacto ambiental e urbanístico, com a construção de cinco edifícios de 15 andares, na área do Hotel Jatiúca.
Para a audiência, foram convidados representantes do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Universidade Federal de Alagoas, Prefeitura de Maceió, IMA, Ibama, OAB/AL, Creci/AL, Defensoria Pública, diretores da empresa Record, entre outros atores envolvidos no processo.
O deputado Delegado Leonam (União Brasil) preside a comissão, que tem os deputados Silvio Camelo (PV), Inácio Loiola (MDB), Gilvan Barros Filho (MDB) e Dudu Ronalsa (MDB) como membros. “É preciso que sejam analisados aspectos legais e ambientais, bem como os impactos urbanísticos e sociais que estes prédios podem causar em Maceió”, destacou Leonam.
O Empreendimento
As negociações, num contrato multibilionário, entre a Record Construtora e o Grupo Lundgren, conduzida em sigilo, poderá parar na Justiça. Em contrato de cessão do terreno, de 1979, cedido pela Prefeitura de Maceió, para construção do Hotel Jatiúca, ficou estabelecido que o ecossistema ao redor da Lagoa da Anta jamais poderia ser descaracterizado. Até então, a área com construções baixas, coqueiros e o manancial preservado, mantém-se em equilíbrio com o meio ambiente.
Estima-se que o Valor Geral de Vendas (VGV) do projeto – faturamento total das unidades comercializadas – ultrapasse os R$ 1,5 bi, podendo chegar a R$ 2 bi. Assinado pelo escritório italiano Pininfarina, o planejamento prevê um edifício comercial, um hotel, uma torre residencial de luxo e duas torres de apartamentos do tipo “studio”, com unidades entre 40 e 60 metros quadrados. Todos com 15 andares.
Executivos diretamente envolvidos na elaboração do contrato revelaram ao jornal Gazeta de Alagoas que a Record já desembolsou R$ 10 milhões em dinheiro ao Grupo Lundgren. Segundo o portal, a negociação, confirmada pelo sócio da construtora, Hélio Abreu, prevê ainda que a Record assumirá uma dívida de R$ 260 milhões do grupo com instituições financeiras. Os termos contratuais incluiriam ainda o adicional de mais R$ 260 milhões, perfazendo um total de R$ 520 milhões, valor este correspondente a uma taxa de valorização de 35%, devido à incorporação da área ao projeto.