A construção de cinco torres, com 15 andares cada, na região da Lagoa da Anta, no bairro da Jatiúca, tem gerado preocupação em moradores e autoridades, sobretudo acerca dos impactos ambientais, de saneamento e mobilidade urbana na área. A comissão de Meio Ambiente, da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE-AL), em recesso parlamentar até o próximo dia 15, já sinalizou a realização de audiência pública para buscar mais informações acerca da construção dos prédios.
O presidente da comissão, deputado Delegado Leonam (União Brasil), explica que, de acordo com o que foi divulgado pela imprensa, o empreendimento pode causar sérios impactos ambientais e urbanísticos, sem contar a falta de debate público sobre o tema. “É preciso que sejam analisados aspectos legais, ambientais, bem como os impactos urbanísticos e sociais que estes prédios podem causar em Maceió”, explica o parlamentar, destacando a importância de estudos mais detalhados para garantir respaldo por análises técnicas na decisão final.
As negociações, num contrato multibilionário, entre a Record Construtora e o Grupo Lundgren, conduzida em sigilo, poderá parar na Justiça. Em contrato de cessão do terreno, de 1979, cedido pela Prefeitura de Maceió, para construção do Hotel Jatiúca, ficou estabelecido que o ecossistema ao redor da Lagoa da Anta jamais poderia ser descaracterizado. Até então, a área com construções baixas, coqueiros e o manancial preservado, mantém-se em equilíbrio com o meio ambiente.
Estima-se que o Valor Geral de Vendas (VGV) do projeto – faturamento total das unidades comercializadas – ultrapasse os R$ 1,5 bi, podendo chegar a R$ 2 bi. Assinado pelo escritório italiano Pininfarina, o planejamento prevê um edifício comercial, um hotel, uma torre residencial de luxo e duas torres de apartamentos do tipo “studio”, com unidades entre 40 e 60 metros quadrados.
Executivos diretamente envolvidos na elaboração do contrato revelaram ao jornal Gazeta de Alagoas que a Record já desembolsou R$ 10 milhões em dinheiro ao Grupo Lundgren. Segundo o portal, a negociação, confirmada pelo sócio da construtora, Hélio Abreu, prevê ainda que a Record assumirá uma dívida de R$ 260 milhões do grupo com instituições financeiras. Os termos contratuais incluiriam ainda o adicional de mais R$ 260 milhões, perfazendo um total de R$ 520 milhões, valor este correspondente a uma taxa de valorização de 35%, devido à incorporação da área ao projeto.
*Com informações de assessoria e do jornal Gazeta de Alagoas