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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 – 22h45

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Maceió tem mais casos de acidentes com escorpião que todas as capitais brasileiras

Brasil se apresenta como um dos países com maior ocorrência de escorpionismo no mundo
Foto: PrefeituraDeAlvorada/RS

Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco de acidentes com escorpiões no mundo. Cerca de 1,2 milhão de casos ocorre anualmente, sobretudo em regiões tropicais. São em torno de 3.250 óbitos, sobretudo de crianças. O Brasil se apresenta como um dos países com maior ocorrência de escorpionismo no mundo. Com 44 mil casos, no acumulado dos últimos 10 anos, Maceió é a primeira colocada, entre as capitais do país, seguida de Recife, Fortaleza e Natal com 29 mil casos cada.

No primeiro quadrimestre de 2023,  96% dos acontecimentos de ataque a humanos é feito por escorpião, com 1.315 casos em Maceió. Apenas 4% por outro tipo de animal, entre eles serpente (0,51%), aranha (1,24%), lagarta (0,15%) e abelha (0,88%). Os dados são do  Boletim Epidemiológico, da Coordenação Geral de Análise da Situação de Saúde, em parceria com a Gerência de Vigilância das Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis, da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió. A publicação se refere ao período de janeiro a abril de 2023.

Segundo o Programa de Controle de Animais Peçonhentos da Sesau, Alagoas registrou 11.634 casos em 2023, sendo 1.527 no período de janeiro a fevereiro. Já no primeiro bimestre deste ano, foram 1.112 casos. Não houve registro de óbitos em nenhum dos períodos analisados.

No mês de agosto, com a chegada do frio na região Nordeste, os escorpiões tendem a migrar de lugares mais abertos para áreas mais reservadas, próximas a residências, ou dentro delas, onde encontram temperaturas mais altas. A maior consequência é a interação dos aracnídeos com os seres humanos e a possibilidade de aumento do número de casos de ataque.

Índices por bairros de Maceió

Quanto ao Coeficiente de Incidência (CI) por casos, para cada 100 mil habitantes, verificou-se que Pontal da Barra, Pajuçara e Centro foram os bairros que apresentaram maior índice de ocorrência. A Garça Torta se destaca, em comparativo ao ano anterior, pelo aumento considerável no número de casos: em 2022, foram 75; já em 2023 houve o crescimento de 411%, com 383 incidências.

Local da picada no corpo humano

Em relação ao local da picada, pés e dedos têm maior ocorrência, com 585 casos (44,5% do total dos acidentes escorpiônicos). Seguido de mãos e dedos, com 334 picadas (25,4% das ocorrências). Pernas apresentam 98 casos (7,5%); tronco, 87 casos (6,6%); braços, 74 casos (5,6%); e cabeça, 24 casos (1,8%). Não foram informados a região do corpo em 113 casos (8,6%).

Ocorrências por sexo e idade

No que se refere ao sexo, mulheres têm maior proporção dos casos de escorpionismo, com 795 (60,5%), contra 520 (39,5), de homens. Já por idade, os especialistas alertam que os óbitos estão mais associados à faixa etária pediátrica e que a espécie Tityus serrulatus (escorpião amarelo) é a mais comum no ataque às crianças.

Controle da praga

O documento ainda destaca que o controle do escorpião é essencial por meio do “manejo do ambiente” e da eliminação das condições favoráveis à permanência e proliferação do animal. A prevenção se baseia na remoção dos 3 “A”: abrigo (evitar acúmulo de material); alimento (eliminar baratas e outros); e acesso (fechar espaços por onde o escorpião possa entrar). Não é recomendável o controle químico.

“As pessoas costumam comprar qualquer tipo de veneno em supermercado, ele piora a situação do escorpião. Ele vai sentir o cheiro de veneno, não vai morrer, porque para de respirar, e vai procurar um local onde as pessoas não colocam veneno, que pode ser calçados ou roupas. Ninguém coloca neles. Então os animais vão se alojar ali, e as pessoas, ao se vestirem, são automaticamente picadas”, disse em entrevista à TV Pajuçara, Carlos Fernando Rocha, biólogo da Unidade de Vigilância de Zoonoses, da Secretaria de Saúde de Maceió.

Sintomas do veneno no corpo humano

Na picada, os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão ou telson, localizado no último segmento da cauda, onde carregam o veneno, com toxinas que afetam o nosso sistema nervoso, cardiovascular e respiratório. São sintomas comuns a dor imediata no local da picada, a vermelhidão, suor excessivo, agitação, tremores, vômitos e alteração dos sinais vitais como pressão arterial e frequência cardíaca. Em casos mais graves pode levar a arritmias, insuficiência cardíaca, edema pulmonar e choque circulatório. Crianças e idosos são mais suscetíveis à toxicidade do veneno.

Unidades de saúde de referência em Maceió

Em casos de agravamento dos sintomas, as vítimas que residem em Maceió, ou na região metropolitana da capital, devem se deslocar para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins e do Jacintinho, ou para o Hospital Escola Helvio Auto (HEHA), no Trapiche, que é o mais recomendável.

Caso esteja no interior de Alagoas, deve procurar atendimento no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca; no Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), em Delmiro Gouveia; no Hospital Regional Santa Rita, em Palmeira dos Índios; e na Unidade Mista Djalma dos Anjos, em Pão de Açúcar.

Também são referência a Unidade de Emergência Antônio dos Anjos, em Penedo; a Unidade Mista Arnon de Mello, em Piranhas; o Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema; a UPA de Coruripe; a Upa de Maragogi; o Hospital Regional do Norte (HRN), em Porto Calvo; a UPA de São Miguel dos Campos; e o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares.

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