O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, retoma os voos comerciais a partir desta segunda-feira (21), após cerca de 170 dias fora de operação, devido aos estragos causados pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano. De acordo com o governo do estado, cerca de 9 mil passageiros vão circular já no primeiro dia de operação. Para a reabertura, estão programados 71 voos, divididos em 37 partidas e 34 chegadas. Segundo a Fraport Brasil, concessionária que administra o aeroporto, as primeiras rotas abrangem voos originários de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, ou com destino a essas localidades.
A expectativa é que a movimentação seja ampliada pouco a pouco. O Salgado Filho já comporta até 128 operações domésticas por dia, mesmo operando com apenas parte da pista principal. Na volta gradual das operações, os serviços de check-in, despacho de bagagens, embarque e desembarque de passageiros serão feitos, temporariamente, na área internacional do próprio aeroporto, com acesso pelas portas 5 e 6 do segundo piso. Os primeiros estabelecimentos da praça de alimentação começarão a funcionar nesta próxima semana. A previsão da Fraport Brasil é recuperar toda a pista de pouso e decolagem e restabelecer os primeiros voos internacionais até 16 de dezembro.
Concentração
Responsável por mais de 90% do tráfego aéreo no Rio Grande do Sul, o Aeroporto Salgado Filho teve de ser integralmente fechado em 3 de maio, quando a catástrofe socioambiental – que afetou mais de 2,34 milhões de pessoas em 468 cidades do Rio Grande do Sul, ceifando ao menos 183 vidas -, alagou as pistas de pouso e decolagem e o terminal de passageiros. Em meados de julho, a Fraport Brasil retomou parcialmente o controle de segurança e o processamento de voos (check-in e desembarque), a partir da Base Aérea de Canoas, que fica cerca de 10 quilômetros de distância do Salgado Filho.
O fechamento do principal aeroporto do Rio Grande do Sul evidenciou a necessidade de investimentos públicos e privados no setor. Na ocasião, a concessionária pediu ao governo federal a revisão extraordinária do contrato de concessão, alegando que, com a interrupção das atividades e necessidade de reparar os estragos das enchentes, sofreu um impacto financeiro significativo.
Em agosto, a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou a liberação, pelo Ministério de Portos e Aeroportos, de R$ 425,96 milhões para a empresa. No último dia 27, o Palácio do Planalto autorizou, por meio da Medida Provisória nº 1.260, o Ministério de Portos e Aeroportos a repassar à Fraport a quantia aprovada pela Anac. O dinheiro será repassado à concessionária em parcelas, à medida que for comprovada a necessidade dos gastos. Consequentemente, o valor ainda pode ser ajustado.
*Com informações da Agência Brasil