A conta de luz do brasileiro pode ficar mais cara pelos próximos 25 anos, com valores comparados à tarifa de bandeira vermelha patamar 2, ou seja, aquele praticado em período de máxima estiagem. O alerta é da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), que estima um custo anual de R$ 20 bilhões nas contas até 2050. Além da cobrança que chega à residência mensalmente, todos os produtos e serviços têm seus preços impactados pelo aumento da energia.
Segundo a FNCE, o custo equivale a R$ 7,63, para cada 100kwh consumidos, praticamente o mesmo valor da tarifa estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para a bandeira vermelha 2, que é R$ 7,87/100Kwh. Na bandeira vermelha 1, são cobrados R$ 4,46/10 kwh. Já na amarela, R$ 1,88/10Kwh.
Isso pode acontecer caso senadores e deputados derrubem o veto presidencial às emendas presentes na Lei 15.097/25, conhecida como a Lei das Eólicas Offshore. O impacto da eventual derrubada traria um aumento de cerca de 9% na conta de luz. As emendas incluídas na Lei das Eólicas Offshore tratam de temas sem relação com a proposta original do projeto, cujo objetivo é regular a produção de energia eólica em alto mar.
Por isso, essas emendas são chamadas “jabutis”. Elas determinam o pagamento de subsídios e a contratação obrigatória de uma série de usinas, inclusive de gás natural e carvão. Somados todos esses jabutis, o impacto financeiro pode chegar a R$ 545 bilhões, até em 2050.
A FNCE trabalha no Congresso Nacional para manter a lei como está, com a manutenção dos vetos às emendas. O presidente da Frente, Luiz Eduardo Barata, defende ainda que os consumidores procurem os parlamentares de seus estados e demonstrem preocupação com o impacto da derrubada dos vetos.
“O que é importante é que os cidadãos, sensibilizados com essa ameaça, procurem os senadores e deputados de seus estados e cobrem deles que mantenham os vetos das emendas à Lei das Eólicas Offshore. Eles são os nossos representantes e se nós temos uma compreensão do que deve ser feito, nós devemos transmitir isso a eles e eles devem tomar uma decisão”, orienta Barata.
A matriz energética brasileira é prioritariamente hidrelétrica, isto é, 65% da energia que consumimos vem da água. Em função disso, quando passamos por estiagem ou quando a demanda por energia é maior (em períodos mais quentes do ano, por exemplo), é preciso ativar mais usinas termelétricas que têm o custo operacional maior. O sistema de bandeiras tarifárias é usado, para sinalizar aos consumidores o custo real de geração de energia.
Clique aqui e acesse os dados de cada parlamentar da atual legislatura, com os contatos telefônicos e de e-mail.
*Com informações e link de acesso aos dados parlamentares da Agência Brasil 61