O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) encerrou, nessa sexta-feira (29), a mobilização da Força Nacional em busca dos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, um dos cinco presídios de segurança máxima do país. Mais de 40 dias após a fuga, os detentos seguem foragidos. A captura entra agora numa segunda fase e se concentra em “ações de inteligência”, segundo a pasta.
O efetivo da Força Nacional reuniu cerca de 500 agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal Federal, Força Nacional, Corpo de Bombeiros, além de policiais militares de cinco estados. A operação custou quase R$ 1,7 milhão aos cofres públicos, sem computar os gastos com a PF e PRF, e inclui diárias, passagens, plano de saúde, e manutenção e abastecimento de viaturas, de acordo com informações do Portal R7, via Lei de Acesso à Informação.
Ainda conforme o R7, o valor de R$ 1.682.709,54 gasto na operação, entre os dias 20 de fevereiro e 21 de março, refere-se a despesas com a Força Nacional de Segurança Pública, a Diretoria do Sistema Penitenciário Federal e a Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado. Só com diária foram gastos mais de R$ 1 milhão. Além do efetivo policial, a operação envolveu 20 carros da Força Nacional, drones, helicópteros e cães farejadores. A Força Nacional deteve seis pessoas, nos estados de Ceará e Rio Grande do Norte, acusadas de ajudar os detentos.
A fuga do presídio de Mossoró ocorreu na madrugada do dia 14 de fevereiro. Os presos escaparam por um buraco no teto, feito ao redor da luminária da cela. Eles seguiram pela tubulação de água e ventilação, até o pátio externo, onde é realizado o banho de sol. Lá, encontraram um alicate, que foi usado para cortar o alambrado, o qual teria sido proveniente, segundo investigação, de obras de manutenção, realizadas no presídio. Parte das 160 da câmaras não estavam em funcionamento. O secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, disse, à época, que falhas no protocolo de segurança possibilitaram a fuga.
Os dois fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, 35, de apelido “Querubim”, que responde por mais de 50 processos e foi condenado a 74 anos de prisão; e Deibson Cabral Nascimento, 33, apelidado “tatu”, cujo nome está relacionado a mais de 30 processos, com condenação a 81 anos de prisão, são ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Eles estavam detidos no presídio de Mossoró (RN) desde setembro de 2023, após serem transferidos do presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco (AC), por rebelião que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.
Existem cinco penitenciárias federais em atuação no Brasil. Além de Mossoró (RN), as outras quatro estão, cada uma delas, em Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduva (PR). Os presídios possuem um sistema de vigilância avançado, com captação de som ambiente e monitoramento de vídeo, replicado em tempo real para a sede da Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), que coordena o SPF, o regime de execução penal.