Segundo dados da plataforma World’s Air Quality Index (WAQI), que monitora a qualidade atmosférica no mundo desde 2007, o Brasil se tornou o quinto país do planeta com o ar mais poluído. O relatório foi divulgado na quinta-feira (15) e mostra que as queimadas ilegais Amazônia ultrapassam em três vezes o limite razoável de poluição, com fumaça tóxica em oito cidades da região amazônica.
Com índices que apontam o limiar aceitável de partículas no ar em torno de 50 µg/m³ (miligrama por metro cúbico), o Brasil apresenta em média 150 µg/m³. De acordo com o WAQI, das dez cidades brasileiras mais poluídas, oito se encontram na região amazônica, uma no Pantanal mato-grossense e outra no estado de São Paulo.
São elas:
*Porto Velho (228 µg/m³) – Rondônia
*Guajará-Mirim (172 µg/m³) – Rondônia
*Rio Branco (176 µg/m³) – Acre
*Sena Madureira (158 µg/m³) – Acre
*Cruzeiro do Sul (134 µg/m³) – Acre
*Humaitá (173 µg/m³) – Amazonas
*Tabatinga (150 µg/m³) – Amazonas
*Tefé (114 µg/m³) – Amazonas
*Corumbá (110 µg/m³) – Pantanal do Mato Grosso do Sul
*Cubatão (133 µg/m³), em São Paulo.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia somou, até a primeira quinzena de agosto, 14.388 focos de calor, sendo a maioria deles associados a queimadas ilegais, número 25,8% maior que o total de focos registrado em todo o mês de julho (11.434).
A poluição atmosférica da região fez com que três voos para o município de Ponto Velho (RO) fossem desviados para outros estados e quatro outros voos tivessem de ser cancelados, na madrugada de quinta-feira.
O Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática informou que os incêndios são intensificados “pela mudança do clima e por um dos El Niños mais fortes da história, que causou estiagens prolongadas em diversas áreas do bioma”. Segundo o órgão, o governo federal disponibilizou R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para ações do Corpos de Bombeiros na Amazônia.
No mundo
O Canadá ocupa a primeira posição no ranking divulgado pela plataforma. Conforme o levantamento, o país, que enfrenta uma série de incêndio florestais, marca uma média de 174 µg/m³ de material particulado no ar.