O Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) está realizando uma pesquisa sobre acessibilidade na aviação civil, com o objetivo de melhorar o atendimento a pessoas com deficiência no transporte aéreo. No caso de pessoas surdas, por exemplo, há relatos de problemas no momento do embarque e dentro das aeronaves, diante da dificuldade de compreensão das recomendações repassadas pelos tripulantes.
A ideia é coletar sugestões e críticas para buscar mais segurança e qualidade na prestação dos serviços, desde o momento da aquisição da passagem até a chegada ao destino final. As sugestões já apresentadas revelam a necessidade de ampliar o uso de tecnologia para pessoas com deficiência, a começar pelos sites e aplicativos das companhias aéreas. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar).
Segundo a coordenadora do projeto Aviação Acessível, Karla Santos, o intuito é compreender as principais barreiras existentes para os passageiros portadores de alguma deficiência. “A partir daí, a ideia é trabalhar diretrizes junto aos aeroportos e às companhias aéreas para tentar reduzir os problemas detectados”, destacou.
Para a portadora de atrofia muscular espinhal tipo II, que faz uso de cadeira de rodas, Urçula Lourema de Sousa, de 33 anos, moradora de Independência, no Ceará, há dificuldades relacionadas aos assentos das aeronaves, considerados desconfortáveis por ela. Não encontrou, no entanto, problemas de deslocamento nos aeroportos nas vezes em que precisou viajar de avião.
Diante disso, Urçula afirma que a pesquisa é importante e pode contribuir para mudar essa realidade na vida dela. “É extremamente importante, ao menos para mim, que tenho escoliose e acabo sentindo dores, pois assim poderemos viajar com mais segurança, conforto e com mais assistência, de acordo com cada necessidade do passageiro. Facilitaria bastante o nosso ir e vir durante as viagens”, afirmou.
Como responder
Durante a pesquisa, que utiliza uma escala de 1 a 5, o participante faz uma avaliação da relevância das práticas de acessibilidade apresentadas. Ao todo, são 89 itens. Os usuários também dão opinião sobre a efetividade das práticas com as quais teve experiência durante as viagens. Para participar, basta acessar a plataforma Participa + Brasil. Outra possibilidade é entrar o site do projeto Aviação Acessível.
Entre as práticas mais relevantes, foram apontadas a “capacitação dos trabalhadores para atendimento de pessoas com deficiência” e a “disponibilização dos recursos de acessibilidade”. Em relação às experiências de viagem, as mais bem avaliadas foram a utilização de “ponte de acesso para embarque e desembarque acessível” e “programas de visitas para familiarização com o ambiente e com os procedimentos que são realizados durante uma viagem aérea”.
Manual de Acessibilidade
Por meio do site do projeto, também é possível acessar o Manual de Acessibilidade para a Aviação Civil Brasileira. O documento é composto por diretrizes, além de detalhes sobre práticas de acessibilidade avaliadas na pesquisa. Há, ainda, um programa de treinamento que visa apoiar aeroportos e companhias aéreas na melhoria das experiências de viagem dos passageiros com deficiências.
*Com informações da Agência Brasil 61