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segunda-feira, 14 de outubro de 2024 – 09h28

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Pesquisadores brasileiros terão primeiro laboratório BSL-4 da América Latina

‘Orion’ terá capacidade para desenvolver pesquisas domésticas
O canteiro de obras do Orion fica ao lado do Centro Brasileiro de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas. Foto: Divulgação/CNPEM

O primeiro laboratório de biociências de segurança máxima da América Latina, nível 4 (BSL-4), “Orion” está sendo construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, São Paulo. A obra está programada para ser concluída em 2026. O laboratório entrará em operação em 2028 e pode significar mais autonomia para a ciência do país, permitindo o estudo de patógenos locais e o desenvolvimento de tratamentos domésticos.

O local abrigará laboratórios de biossegurança em nível inferiores, incluindo os tipos BSL-2 e BSL-3. Os laboratórios BSL-4 são considerados os mais seguros do grupo. Suas instalações são separadas das outras, pois há experiências com patógenos mortais que podem ser transmitidos pelo ar, para os quais ainda não há vacina ou tratamento. Os cientistas, que acessam os laboratórios, devem tomar banho e trocar de roupa. Enquanto estiverem nos laboratórios, usam trajes projetados, conectados a um suprimento de ar separado.

Há 51 laboratórios BSL-4 em operação no mundo. Cerca de 70% estão no Canadá, Europa e Estados Unidos. Outros 18, estão em planejamento ou em construção, incluindo o Orion, que é o único na América Latina. Ter um BSL-4 significa que os pesquisadores não precisarão se deslocar a laboratórios em outros países, para desenvolver pesquisas e depois ter de fazer fila para receber testes de diagnóstico e vacinas.

“É inquestionável”, disse o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Flávio Fonseca. “Temos visto o número de surtos epidêmicos, até mesmo pandêmicos, aumentar nos últimos 100 anos”. Quando um surto acontece, os pesquisadores querem ser capazes de trabalhar com segurança com o vírus vivo para entendê-lo e desenvolver vacinas e tratamentos.

Para o virologista veterinário, Fernando Spilki, da Universidade Feevale, diante do quadro alarmante do desmatamento, principalmente da Floresta Amazônica, “estamos sentados em um barril de pólvora”, pois, animais que podem abrigar vírus previamente desconhecidos possam migrar de locais remotos, nas matas, para áreas mais populosas. “Precisamos de um laboratório como este para que possamos dar respostas rápidas”, conclui Spilki.

Fonte: Revista Nature

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