Entre junho e julho de 2024, houve uma intensificação do fenômeno da seca nas cinco regiões do Brasil. A área aumentou de 5,96 milhões para 7,04 milhões de km², o equivalente a 83% do território brasileiro. Os dados são do Monitor de Secas, ferramenta utilizada para auxiliar no planejamento e na execução de políticas públicas de combate à escassez prolongada de água.
Em julho, Alagoas voltou a registrar seca em 29% de seu território, depois de ter estado livre do fenômeno entre maio e junho. Diante deste quadro, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) já começou o trabalho de orientação dos municípios para que atualizem a documentação exigida pela Defesa Civil Nacional, na decretação do estado de emergência, que garante o beneficio de acesso aos carros-pipa.
Seca no Brasil
O Sul teve a menor área com seca e o Centro-Oeste, o registro do fenômeno na totalidade de seu território. Entre entre junho e julho, 15 estados registraram o aumento: Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Tocantins.
Já, em outros quatro, a seca voltou a ser registrada: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, Roraima teve um recuo da estiagem. O fenômeno se manteve estável nos estados de Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Por sua vez, dois se mantiveram livres da falta de água prolongada durante o mês de julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Com base no território de cada unidade da Federação, o Amazonas lidera a área total com seca de julho, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia.
Monitor de Secas
O Monitor de Secas realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil, com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados e de uma rede de instituições parceiras, que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal, a cada mês. O processo de expansão da ferramenta foi concluído com a entrada do Amapá em dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor.
O Monitor de Secas pode ser acessado pelos site monitordesecas.ana.gov.br e aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para os sistemas Android e iOS.
* Com assessorias Especial de Comunicação Social (Ascom/GovBR); Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); e Associação dos Municípios Alagoanos (AMA)