Sete em cada 10 mulheres brasileiras afirmam que abriram mão da saúde física ou de hobbies em prol do trabalho. Os dados são da pesquisa on-line inédita, realizada pela Todas Group e pela Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados. O levantamento entrevistou 1.203 profissionais, que trabalham em grandes empresas ou multinacionais. Dentre as entrevistadas, 20% delas optariam por programas de aceleração de carreira e 18% escolheriam flexibilização da jornada de trabalho, caso as empresas decidissem implementar uma mudança concreta.
Outro desafio para as brasileiras é o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, que é prioridade para quase metade delas, correspondendo a 46%. A saúde mental e o bem-estar aparecem em seguida, para 40%, e a estabilidade financeira e a segurança no trabalho tiveram 39% das respostas. Para as mães, há um desafio maior. A carga mental excessiva, apontada por 50% das entrevistadas, e a pressão para provar que são tão dedicadas quanto colegas sem filhos, apontada por 26%, são os principais obstáculos.
Segundo publicação do Hospital Albert Einstein, a Síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento profissional, tem atingido mais mulheres que homens. “De acordo com o Ministério da Saúde, o burnout afeta sobretudo as mulheres. Em 2023, por exemplo, foram realizados 393 atendimentos relacionados a esse tipo de episódio no Sistema Único de Saúde (SUS). Desses, 282 eram casos de pacientes do sexo feminino e 111 do masculino. É possível que essa maior prevalência em mulheres ocorra em razão do acúmulo de funções”, descreveu.
Conforme a CEO do Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas (Ipefem) e autora da obra “Carreira sem Sofrer: como ter sucesso sem perder saúde e sem brigar com quem está perto de você”, Ana Tomazelli, é possível ter uma carreira de sucesso sem a exaustão físico-mental. “Não existe carreira sem sofrer, não existe uma vida sem sofrer totalmente. Eu desafio a lógica de que a gente só aprende sofrendo, e de que a vida precisa ser esse peso e essa dificuldade. Trabalhar não precisa ser pesado, não precisa ser um sofrimento na maioria do tempo”, disse.
*Com informações da Agência Brasil 61