O Ministério da Saúde (MS) divulgou a nova estratégia de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), associado ao câncer do colo de útero, no Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança foi divulgada na segunda-feira (1º), em nota técnica do órgão. O novo esquema de vacinação permanece usando o imunizante quadrivalente, produzido pelo Instituto Butantan, que protege contra quatro subtipos de HPV. A medida já passa a valer a partir desta terça-feira (2).
Crianças e adolescentes que receberam a primeira dose não precisarão se vacinar novamente. O MS já os classifica como plenamente imunizados. A vacinação continua em duas doses na rede particular. Os grupos prioritários são crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos de idade; vítimas de abuso sexual, de 15 a 45 anos; pessoas com HIV; transplantados de órgãos sólidos e medula óssea, e pacientes oncológicos entre 9 e 45 anos.
A nota técnica instrui estados e municípios a fazer busca ativa por adolescentes até 19 anos, que não tenham recebido nenhuma dose do imunizante. A mudança no esquema vacinal segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e está embasada em estudos recentes sobre o desempenho satisfatório da dose única no combate ao HPV, conforme explicou o diretor do Programa Nacional de Vacinação do MS, Eder Gatti, em entrevista à TV Brasil.
Além do câncer de colo de útero, o HPV está associado ao câncer de pênis, vulva, canal anal, boca e em orofaringe, além do desenvolvimento de verrugas anogenitais e papilomatose respiratória recorrente (PRR). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, sendo responsável por cerca de 17.000 novos casos e quase 7.000 óbitos por ano.
O HPV é detectado num exame conhecido popularmente como papanicolau, que hoje é realizado de três em três anos no SUS. O MS anunciou em março a incorporação da testagem molecular à rede pública de saúde, que aumentará o tempo de validade do teste para cinco anos.
*Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde