Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou um clima menos otimista no varejo, diante do atual cenário econômico do Brasil, apresentando retração em todos os segmentos analisados. Realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a pesquisa registrou baixa de 2,1% em fevereiro, em comparação a janeiro, e de 5,4% em relação a fevereiro de 2024.
A amostra do Icec é composta por aproximadamente seis mil empresas, situadas em todas as capitais do país, e avalia as condições atuais, as expectativas de curto prazo e as intenções de investimento dos negócios do comércio. Icec antecede à tomada de decisão das empresas de varejo para detectar as tendências das ações do setor do ponto de vista do empresário.
Ainda assim, o indicador segue acima do nível de satisfação de 100 pontos, atingindo 103,7 pontos. “A redução da confiança é coerente com o ambiente de juros elevados e de trajetória mais complexa do que no início de 2024. Esses fatores seguem impactando as decisões do empresariado e exigindo cautela na condução dos negócios nos próximos meses. O otimismo do setor é essencial para impulsionar os investimentos”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Contribuíram para o saldo negativo do Icec lojas do varejo de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, com variação negativa mensal de 3,3%. Roupas, calçados, tecidos e acessórios recuaram 1,7%, enquanto o segmento de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos tiveram uma queda de 2,7%. O único subíndice em crescimento foi o de “intenções de investimento em estoque”, que subiu 0,1% na variação mensal e no comparativo com o mesmo mês de 2024.
“Os comerciantes têm sentido muito o impacto da Selic alta, com a tendência de novos aumentos. A prova disso é que na percepção atual do comércio, as atividades que englobam os bens de maior valor agregado (eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos) caíram 5,3% em relação a janeiro porque são eles os mais afetados pela evolução dos juros”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
*Com informações da CNC