A Assembleia Legislativa (ALE-AL) aprovou, na terça-feira (11), o projeto de lei que reconhece oficialmente a Procissão do Alto do Cruzeiro, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado de Alagoas. O cortejo é realizado no município de Murici, Zona da Mata alagoana, e contempla 141 anos de tradição e religiosidade. De autoria do deputado Delegado Leonam (União Brasil), o PL segue para sanção do Executivo estadual.
Realizada todos os anos na madrugada da Sexta-feira da Paixão, a procissão narra o fato ocorrido em 1884, quando da epidemia de varíola, que vitimou grande parte da população do município. Na ocasião, o vigário José Roberto fez a promessa de colocar um cruzeiro de madeira no alto da montanha, de onde se avistava toda a cidade. Cessada a epidemia, o padre cumpriu a promessa, fincou a cruz e celebrou a primeira missa no local.
A Procissão do Alto do Cruzeiro é uma das manifestações de fé mais antigas e significativas de Alagoas. O evento reúne milhares de fiéis em um percurso de oração e devoção, marcado pela presença de crianças, jovens, adultos e idosos, populares e turistas. São 2,5 km de estrada de terra, onde são revividas as estações da Via Sacra. O trajeto é marcado por rezas, cânticos e sacrifício da subida íngreme.
Além de fortalecer os laços comunitários, o cortejo promove o turismo religioso, atraindo visitantes que buscam vivenciar essa tradição secular. A caminhada tem se consolidado como um elo entre gerações, transmitida de pais para filhos, mantendo viva a memória de um compromisso de fé, que ultrapassa o tempo.
Em 2019, o Alto do Cruzeiro foi agraciado com um novo monumento, em alumínio reciclado, considerado o maior da América Latina. A figura de Cristo Crucificado, numa cruz de concreto armado de 27 metros de altura, tem o esplendor de 12 metros de altura e sete toneladas de peso. A obra foi produzida pelo artista pernambucano, Jurandir Maciel. Em 2025, o santuário teve o acesso todo revitalizado, com bancos e iluminação, para garantir conforto e segurança aos visitantes.
