Nesta segunda-feira (22), celebra-se o Dia Mundial sem Carro. A data alerta para a dura realidade dos motoristas de aplicativos, que prestam serviço de mobilidade urbana e de entrega de produtos. De acordo com pesquisa divulgada pelo Portal Dedução, os profissionais fazem jornadas de trabalho de até 60 horas semanais, têm lucros líquidos de, em média, R$ 3 mil, executam serviços pouco reconhecidos e possuem gastos elevados com combustível e manutenção.
Em Maceió, o ganho mensal não chega a R$ 2 mil, mesmo com jornadas de 48 a 50 horas semanais. Já na capital federal, Brasília, a média semanal é de 50 horas de trabalho, para um lucro de apenas R$ 2,5 mil. Em Curitiba, com 56 horas semanais, o ganho líquido não passa de R$ 3,4 mil. Na capital paulista, São Paulo, os motoristas trabalham, em média, 60 horas por semana, com o lucro líquido mensal em torno de R$ 4.186.
Os custos de operação, sobretudo de gasolina, consomem entre R$ 1,7 mil e R$ 2,4 mil por mês do faturamento. Além disso, quase um terço dos motoristas, em metrópoles como São Paulo e Manaus, tem gastos com aluguel de carros, o que aumenta ainda mais a pressão financeira.
“O motorista de aplicativo vive um paradoxo: trabalha mais que a média da população, mas vê pouco retorno no fim do mês. Essa instabilidade financeira, somada ao cansaço físico e emocional, cria um ambiente propício para ansiedade, depressão e até esgotamento psicológico”, afirmou, ao portal, o CEO da GigU, Luiz Gustavo Neves.
A jornada excessiva pode levar à precarização e afeta a saúde dos motoristas. A legislação busca estabelecer limites de até 13 horas diárias de trabalho, mas os motoristas trabalham mais do que o ideal e, em muitos casos, sem garantia de direitos, como o descanso adequado e a remuneração mínima.
Segundo Neves, a falta de reconhecimento é um dos pontos mais dolorosos. “Esses profissionais são parte essencial da mobilidade urbana e da economia de entrega no Brasil, mas ainda são tratados como invisíveis. O impacto disso na autoestima e na saúde mental é profundo e precisa ser debatido com urgência”, esclareceu o CEO da comunidade nacional de apoio a motoristas e entregadores.
*Com informações do Portal Dedução