O papa Leão XIV descartou a ordenação de mulheres ao diaconato. O rito litúrgico eleva a pessoa da condição de clero leigo para função específica dentro da hierarquia eclesiástica, como bispo ou sacerdote. Sobre mudanças doutrinárias, o papa considerou que, embora as pessoas queiram “que a doutrina da Igreja mude”, é preciso mudar primeiro as “atitudes”.
A declaração foi feita à correspondente do portal Crux, Elise Ann Allen, e incluída no livro “Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI”. A obra foi publicada na quinta-feira (18), em espanhol, pela editora Penguin Peru. As edições em inglês e português estão previstas para o início de 2026.
Leão XIV declarou que, por enquanto, não tem intenção de modificar a doutrina da Igreja sobre a ordenação de diaconisas, ainda que tenha reafirmado seu compromisso de promover maior participação das mulheres em papéis de liderança, em vários níveis da vida eclesial.
“Espero seguir os passos de Francisco, incluindo a nomeação de mulheres para alguns cargos de liderança, em diferentes níveis, na vida da Igreja, reconhecendo seus dons e sua contribuição para a Igreja de muitas maneiras”, disse Leão XIV.
A Igreja estudou a questão das diaconisas em várias ocasiões. Durante o pontificado do Papa Francisco, duas comissões foram criadas para examinar o papel histórico das diaconisas na Igreja primitiva e discernir se o ministério poderia ser restaurado hoje.
Francisco já havia tratado da alegada ordenação de diaconisas no início do Cristianismo. “É certo que havia uma forma de diaconato feminino no começo, sobretudo na Síria. Mas a forma de ordenação não era uma fórmula sacramental. Era, como hoje é, a bênção de uma abadessa, uma bênção especial do diaconato para as mulheres”.
As diaconisas não recebiam o primeiro grau do sacramento da Ordem (fórmula sacramental), mas somente uma bênção para a função que exerceriam, ou seja, um sacramental da Igreja como todos os fiéis, de algum modo, podem receber.
A ordenação feminina para cargos de pastoras, reverendas ou bispas é aceita em algumas denominações cristãs, como igrejas protestantes, metodistas e anglicanas. Nem a Igreja Católica, nem a Igreja Ortodoxa aceitam a instituição do rito para mulheres.
*Com informações do portal ACI Digital