A equipe do Programa de Transplante de Fígado, da Santa Casa de Maceió realizou, a primeira cirurgia em paciente com diagnóstico de hepatite fulminante em Alagoas. O procedimento, realizado no dia 1º de setembro, contou com oito profissionais – cinco cirurgiões, dois anestesistas e uma instrumentadora – e levou cinco horas.
O caso envolve uma mulher de 44 anos que apresentou quadro agudo de lesão hepática, condição em que o fígado deixa de funcionar de forma súbita e intensa. Segundo o cirurgião Oscar Ferro, coordenador do programa do hospital, a situação exigiu ação imediata.
“Esse é um caso muito diferente, porque, dentre os quase 50 transplantes que já realizamos aqui em Alagoas em quatro anos, este é o primeiro de hepatite fulminante. A paciente chegou em estado crítico, com o fígado totalmente comprometido”, explicou Ferro.
A hepatite fulminante é caracterizada por sinais como icterícia (olhos e pele amarelados), alterações na coagulação do sangue e comprometimento neurológico. No caso em questão, a gravidade foi constatada pela coagulação: enquanto o índice normal gira em torno de 1, a paciente apresentava taxa de 6, o que representa risco extremo de morte.
“Se a paciente não fosse transplantada entre 48 e 72 horas, certamente evoluiria para óbito. Por isso, mobilizamos toda a equipe para garantir a chance de salvar essa vida”, ressaltou o coordenador.
O Programa de Transplante de Fígado da Santa Casa de Maceió foi criado em 2020. O credenciamento do Ministério da Saúde (MS), com o auxílio da Secretaria de Estado da Saúde, chegou ao hospital após cinco anos de captação do órgão (cirurgia de retirada), que é enviado para outros estados.
Para o pleno funcionamento do programa, a família de pacientes com diagnóstico de morte encefálica confirmado tem papel fundamental. Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar o procedimento. O processo de retirada de qualquer órgão só acontece após os familiares darem o aval da cirurgia, assinando um termo.