segunda-feira, 27 de outubro de 2025 – 20h40

PC de Alagoas deflagrou operação contra golpe de financiamento imobiliário

'Contrato Cego' investigou assinatura de contratos de consórcio como compra financiada de imóvel
Imagem: Divulgação/PCAL

A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) deflagrou, em Maceió, na manhã desta quinta-feira (23), a Operação Contrato Cego. A ação desmantelou uma organização criminosa, envolvida no golpe do falso financiamento. O esquema fraudulento lesou centenas de famílias alagoanas e vitimou milhares de pessoas em todo o Brasil, causando um prejuízo milionário. 

A investigação identificou 3.734 processos judiciais em todo o país. Em Alagoas, foram 120 procedimentos, com evidências de lavagem de dinheiro e crime organizado. Os trabalhos revelaram como uma empresa de consórcios enganou e induziu pessoas a assinar contratos como se fossem financiamento imobiliário. 

Os criminosos divulgavam anúncios fraudulentos por meio de redes sociais. As vítimas eram atraídas por promessas de entrega imediata dos imóveis. Elas pagaram valores elevados, via Pix ou TED. Após a entrada, descobriam que haviam sido enganadas, com contratos de consórcio sem garantias de contemplação. As famílias viviam, em sua maioria, sem lastro financeiro. 

A operação cumpriu dois mandados de prisão e oito mandados de buscas domiciliares, que resultaram na apreensão de materiais importantes para a continuidade das investigações. As ordens foram cumpridas nos bairros de Jatiúca, Farol, Serraria, Santa Lúcia e Benedito Bentes. Dois homens, de 25 e 34 anos de idade, foram presos na parte alta da capital de Alagoas.

Efetivo Policial

A operação foi coordenada pelos delegados Dalberth Pinheiro e Michelly Santos, titular e adjunto, respectivamente, da Delegacia de Estelionatos da Polícia Civil.

A ação contou com agentes da Delegacia de Estelionatos, Diretoria de Polícia Judiciária 1, Diretoria de Repressão e Combate ao Crime Organizado, Diretoria de Inteligência Policial, Coordenadoria de Recursos Especiais e Setor de Planejamento Operacional.

Além desses, policiais da Delegacia Especializada de Roubos da Capital, Operação Policial Litorânea Integrada, Grupo Especial de Apoio e Investigação, 10° Distrito Policial e Departamento Estadual de Aviação.

“Contrato Cego”

O nome “Operação Contrato Cego” refere-se à prática dos investigados, de induzirem as vítimas a assinar contratos de consórcio disfarçados de financiamentos imobiliários. O golpe era dado mediante pagamento de entrada e promessa da entrega imediata do imóvel. 

A omissão de informações essenciais viciava o consentimento das vítimas, caracterizando os crimes de estelionato (art. 171, CP) e organização criminosamente (Orcrim).

A expressão usada para batizar a operação simboliza a cegueira, induzida no momento da contratação, onde o engano era parte estruturante do golpe.

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