Queridos Leitores,
Todo começo de ano para mim é inundado de amor e de positivismo, não que o resto do ano não seja assim, mas sinto essa sensação de que tenho que ‘gastar’ o crédito de amor e positivismo que sobrou do ano anterior… e vou dizer, se não tivesse sido isso eu nem sei se estaria aqui escrevendo essa coluna. Ano passado foi cabuloso, mesmo antes de começar, a chatice continuou e entrou esse ano e eu continuo ‘pendurada’ nessa chatice, mas resistirei pois logo logo a chatice vai desistir, pois eu sou persistente!
Depois de escrever minha coluna semana passada eu lembrei que em junho eu fiz um passeio que foi motivado por uma história de amor, depois de ter assistido uma série da Netflix chamada ‘Queen Charlotte’. Essa série me ensinou a origem dos Jardins Kew, como tudo começou ali naquele lugar lindo, e que aos meus olhos ficou ainda mais bonito quando depois de assistir à série e pesquisar sobre essa história eu me dei conta que aquele lugar não é somente um jardim botânico, mas tornou-se o que é por ter sido o cenário de uma trágica e linda história de amor!
Já mencionei essa minha ida ao Kew Gardens aqui, logo no começo, onde falei que fui lá para testar e aprender mais sobre o meu novo equipamento que aumenta o alcance de minha lente macro e que eu posso chegar bem mais perto das coisas com ela. Se quiser checar ou relembrar, a coluna chama-se ‘Aprendizado’ e vou colocar no final do texto o link* para vocês.
Foi em 2022 que finalmente fui visitar o jardim botânico real, sempre ouvia falar de sua beleza e estufas, e da quantidade de plantas, e adorei pois como é aqui perto (nem tão perto assim) e desde então já voltei lá mais duas vezes, na ‘falta do que fazer’ eu vou lá! E foi assim ano passado, estava um domingo de sol, não muito quente e eu queria fazer algo, então peguei as coisas e fui embora. Como já cheguei meio tarde, tipo 14:00 não quis ir na Pagoda pois ia ter que atravessar o parque que é enorme para pegar ela aberta subir e ter tempo para fotografar lá de cima, então resolvi ir visitar o Palácio de Kew, que fica do lado onde tem o estacionamento e teria tempo o suficiente para ver dentro do palácio e ainda curtir umas flores por ali. E lá fui eu…
Esse palácio era o refúgio do Rei George III (no trono de 1760 – 1820, porém seu filho George IV foi o regente à partir de 1811, só tornando-se rei com a morte de seu pai), um rei conhecido por ter sido ‘doido’, e hoje se especula que ele era esquizofrênico, mas ninguém sabe ao certo.
Tudo começou quando sua mãe, a Princesa Augusta, determinada a arranjar uma mulher para seu filho que estava prestes a subir no trono, pois seu pai tinha morrido em 1751 e a preocupação dela era a produção de herdeiros, porém o Rei tinha um segredo que também ameaçava seu reinado. Depois de muitas tentativas, ela mandou buscar uma nobre da Alemanha para casar com seu filho. Ela era mestiça( descendente de um rei português, na época em que Portugal era dominado por árabes e africanos) e tinha apenas 17 anos de idade. Ela não queria, mas a família dela tinha ganho muito dinheiro com esse acordo. Aos poucos eles começaram a se entender e ela até começou a imaginar que podia se apaixonar por ele, porém no dia do casamento ele fez uma surpresa para ela. Levou-a até a Casa de Buckingham e disse que tinha comprado para ela ser Rainha, ela ficou toda feliz, até que desceu da carruagem e ele foi para o Palácio de Kew. Ela ficou furiosa, mas foi assim que começou uma grande história de amor. Eles dormiam juntos pois precisavam produzir herdeiros, e ele sempre ia embora pro Palácio de Kew, se esconder. Ele não gostava da corte, nem de ser rei. Não se sentia digno e a corte não podia descobrir seu segredo. Ela não se conformava com a situação que não entendia, até que um certo dia ela descobriu tudo e à partir daquele momento o amor deles se estabeleceu. Ela era a única pessoa que podia controlá-lo quando ele entrava em crise, na verdade são as cenas mais bonitas da série. Em suas crises ele maltratava ela, porém ela se dizia teimosa e nunca desistiu. Foi em seu reinado que se deu a independência da América. Mas ele também é conhecido por ser o primeiro rei que utilizava o inglês como primeira língua. Eles tiveram 15 filhos, e acredito que dos 15, 13 chegaram a vida adulta.
Apesar de seus problemas de saúde o Rei era um estudioso, astronomia e artes eram umas das coisas que ele gostava, porém trabalhar a terra, plantar, cuidar das plantas era o que ele mais gostava de fazer e se deu o apelido de ‘Fazendeiro George’ e era esse lado dele que a Charlotte mais amava. Quando ele tinha que aparecer em público como rei ela sempre lembrava a ele que ele era o ‘Fazendeiro George’ assim fazendo com que ele pudesse socializar sem entrar em crise. Ali, onde hoje é o Kew Gardens, ele plantou árvores, plantou flores e até plantação de subsistência. Era sendo o fazendeiro que ele sentia-se feliz e ela o apoiava.
A decisão de abrir o palácio e jardins para visitação pública foi da Rainha Victoria, neta de George III e Charlotte. Ela decidiu isso para mostrar ao povo o legado deixado por seu avô e hoje esse legado também é usado para quebrar o tabu sobre doenças mentais.
Como na série da Netflix e todas as especulações da verdade do Rei George III e a Rainha Charlotte, tornam essa história de amor um misto de vida real e conto de fadas, porém não interessa se é verdade ou mentira, o que interessa é a mensagem, e esta é somente de amor. O amor que salva, o amor que constrói e o mais importante é: tudo que é feito com amor e por amor dura uma eternidade!
Fiquem com o video, as fotos e a poesia!
Até a Próxima!
Aída
* https://noticiasdocentro.com.br/colunas/aida-britto-poeta-visual/aprendizado/
PS: Dedico essa coluna falando de amor a meu irmão Fernandinho e minha cunhada Andréa que dia 29/01 completam 25 anos de casados! Uma linda história de amor, mais uma vez, atravessando a barreira do tempo e deixando um legado de amor! Parabéns para vocês e que Deus os abençoe sempre! Amo vocês!
Aída
Amor é o meu combustível,
Que incentiva meu viver,
É o que me dar nível,
Que me faz enlouquecer!
De que adianta estarmos vivos,
Se o amor não sabemos sentir?
Com certeza nossos curativos,
E também escudo para o que há de vir!
Por ele subimos montanhas,
Por ele nos despimos,
Invadindo nossas entranhas,
E beleza construímos!
É a bússola do viver,
É o que alivia a dor,
É o rejuvenescer,
E por falar em amor…
Aída
26/01/24
Respostas de 15
Onde existe amor as coisas florescem! Mais uma viagem maravilhosa através do seu lado sensível de ver a vida. Parabéns 😘
Gray Dione! Fico feliz de ter você por aqui… 😘
Uma bela narrativa e belíssimas fotos.
Parabéns
Sabe Tadéia, a vida às vezes nos traz umas surpresas e você é uma delas! Sempre tão calada, mas com uma voz gigante! Adoro 🥰 seus comentários e agradeço a vida por ter me dado essa surpresa! 😘
🥰🥰😘
Querida amiga , assisti a série e amei a sua sinopse, rica em curiosidades e informações complementares de suas pesquisas!
E sua linda poesia sobre o amor , ahhh “ o amor” , Deus plantou essa semente em todos os corações para que cultivássemos ! 😘
Que delícia de comentário… fico agradecida com seu carinho e atenção! Nada mais poderoso que o amor 🥰 que nos leva! Grata 🙏🏼 Elisa! 😘
Aída, você consegue mostrar em suas colunas de forma perfeita uma combinação de palavras, fotos, vídeos, música e poesia, que se encaixam numa sintonia sem igual, que nos deixa encantados com tanta criatividade e beleza. E-mais, e por falar em amor parabeniza o irmão e cunhada, que honra para eles fazer parte da coluna.
E mais, e por falar de amor deixo uma canção de Roberto, onde destaco uma frase: “se o amor está, tudo é de verdade e a felicidade chega pra ficar…”
https://youtu.be/OYz1aoxDeLk?si=R4nACDXGRqOoX9op
Até a próxima.
Que máximo que minha coluna, mais uma vez, fez vc lembrar de uma música, e dessa vez do nosso rei mais Romântico!
Às vezes penso que não tenho mais nada a dizer, aí vou no meu acervo de fotos e bum 💥 aparece a ideia! Fico sempre motivada com seus comentários, Albino!
“Pelas lentes do amor” já disse o poeta; essa energia que é nosso verdadeiro alimento e proporciona a verdade no viver! Belas palavras e belíssima fotografia. Daqui meu abraço afetuoso pelas bodas de Dom Fernandinho e Lady Andréa! Beijos carinhosos para você Aída! Parabéns pelo excelente trabalho.
Querido Robertinho, eu respondo com outra frase de outra poeta ‘qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar’ … se não tem amor então pra que fazer né? Como sempre fico agradecida pelo seu carinho, atenção e amizade! 😘
Muito legal!
Um passeio que vou colocar no meu roteiro de viagem. Bj
Vale a pena Ana… as estufas são maravilhosas também!
Olá!
Assistir a série. Hoje, após ler e assistir ao vídeo, fiquei muito feliz com a forma que vc abordou trazendo a transformação através do amor.
“É a bússola do viver,
É o que alivia a dor,
É o rejuvenescer,”
Um grande abraço!
Ps. Fico na espera da próxima leitura.
Querida Ana, que bom ter vc por aqui! Realmente depois que descobri a história desse rei comecei a ver o jardim com outros olhos, foi também uma sacada bem legal da rainha Victoria para perpetuar o trabalho de seu avô! Volte sempre! 😘