Queridos leitores,
Como fico feliz em sentar pra escrever essa coluna, pra falar de minhas aventuras!
Sempre tive dentro de mim uma curiosidade, não gostava de conhecer os lugares por conhecer, queria sempre ter uma coisa que me ligasse ao lugar, sei lá, talvez uma memória afetiva ou até mesmo uma curiosidade específica, e não era somente pra chegar no lugar tirar uma foto minha no local famoso, queria saber mais, queria me sentir parte do lugar nem que fosse por alguns minutos pra poder dizer que conheci. Não sei bem quando comecei a fazer isso, mas percebi esse detalhe quando depois de uma ano e três meses aqui eu voltei pro Brasil e logo depois meu ex-marido, na época meu namorado, chegou e eu mostrando Maceió, fiz com ele o que eu gostava de fazer comigo, me tornar íntima do local.
Por essa razão que eu hoje vou falar de outro lugar, não daqui da Inglaterra, mas dos Estados Unidos, que pra mim é ainda mais longínquo pois a viagem de avião até lá foi longa e quando cheguei ainda tive que voltar meu relógio em 8 horas, imaginem o nó que isso dá na cabeça de uma pobre mortal como eu… rsrs.
Sim, eu fui pra Las Vegas, a cidade do pecado! Porém além de conhecer a cidade eu tinha outros motivos pra ir pra lá. Minha sobrinha mudou-se pra Vegas em 2020 e eu estava afim de ir num lugar longe onde tenho família pois mesmo sem conhecer o lugar me sinto ‘familiarizada’ e experimento a vida ‘normal’ local e não só o turismo. E o outro motivo foi que eu queria ir fotografar o Grand Canyon.
Comprei o tour pro Grand Canyon, ainda aqui em Londres e com a orientação de minha sobrinha, levando em consideração minha saúde, pois hoje em dia tenho um cansaço diferente, que está melhorando mas acredito que enquanto estiver tomando medicamento vou continuar tendo, mas vai passar, eu sei. Cheguei lá no dia 13/02 e marquei o tour pro dia 15/02, o que foi perfeito. Natália me levou no hotel que escolhi pra me juntar à excursão. No dia anterior tinha nevado em Las Vegas, coisa muito rara nesse lugar, mas não se enganem, eu que sai daqui com temperaturas abaixo de zero, nem com neve o deserto ficou frio… para a população é um pouco de alívio e motivo de alegria, quem não gosta de ver neve caindo? A minha razão de ir em Fevereiro foi exatamente isso, as temperaturas de inverno no deserto são bem mais amenas que as temperaturas no verão e as pessoas ficam trancadas no cassinos com ar condicionado. O guia, muito legal contou todas a histórias e estórias de Las Vegas, de como a cidade do pecado foi fundada pelos os Mórmons. A aridez do lugar a gente sente por dentro, e na minha condição eu sentia até o sangue secar, muito difícil de explicar, tipo, se eu fosse fazer uma pergunta tinha que tomar uns goles de água no meio pra repor a saliva que perdi na primeira parte da pergunta, senão a voz ia embora. Toda água que você toma fica no corpo, então a pessoa tem que tomar mais água que o normal pra fazer xixi, pois nem suar a gente sua. Achei isso muito louco!
Ai saímos, paramos na famosa placa de bem vindos à Las Vegas, que diz : Bem Vindos à Fabulosa Las Vegas! Pensei comigo: Isso que é placa, mesmo que a cidade seja uma porcaria a pessoa já sente firmeza que aquele vale desértico, uma fornalha, pode ser fabulosa! Senti firmeza mesmo! Depois fomos saindo da cidade e nos dirigindo à estrada que nos levaria ao Arizona e ao pedacinho do Grand Canyon que é o mais perto de Vegas e acredito que o melhor lugar pra ir pela primeira vez. Paramos pro café da manhã que estava incluído e de lá fomos pra represa Hoover, que fornece energia pra Nevada, Arizona e Califórnia. Ela represa o Rio Colorado e está no estado de Nevada. Já houve muitas tentativas de mudar o nome dessa represa, pois o Presidente Hoover foi um dos piores que os Estados Unidos já teve, mas o nome sempre volta, então desistiram. No começo era chamada de Boulder Dam, nome da cidade que foi construída para os trabalhadores da construção da represa. Mas como nesse estado eles veem tudo no lado positivo, então deixaram o nome do presidente ruim lá, pois se não me engano, ele ajudou na construção como presidente, mas por favor, se quiserem saber mais pesquisem, pois estou escrevendo de memória do que o guia falou.
Um fato interessante que o guia falou foi sobre a área 51, uma área que se alguém tentar ir, primeiro matam, depois perguntam… rsrs mas é verdade, é uma base militar super secreta que foi criada na época da guerra fria com a União Soviética. Por causa da tecnologia nesse lugar, falava-se da presença de extraterrestres. Esse lugar foi também utilizado para testes nucleares, essa área fica no norte de Vegas. Segundo o guia a radiação era enorme no lugar, então todos os habitantes de Las Vegas usava um colar com uma pedrinha e que quando ficava totalmente preta as pessoas tinham que ir no médico, mas muita gente não ia, só trocava e pronto. Como disse, uma galera bem positiva! Existe um museu sobre os testes nucleares, mas sinceramente eu não me interessei. Mas é parte da história de Vegas! E acho que o ditado que diz: O que acontece em Vegas fica em Vegas, é exatamente por causa do segredo da existência da área 51, que por muitos anos tinha-se dúvidas da existência dessa área.
A próxima parada foi o Eagle Point, porém no caminho passamos por vários lugarejos, alguns fantasmas por causa das condições climáticas e também passamos por uma floresta de Árvore Joshua, uma belíssima árvore que está em extinção, apesar de que existe essa floresta. O Eagle Point é onde tem o ‘sky walk’, ou seja uma passarela de chão de vidro que a pessoa fica bem no meio do cânion, porém eu optei por não ir nele pois não deixam a gente levar câmera, pois eles querem cobrar pela foto também, e depois a mulher que estava sentada do meu lado disse que o vidro estava enlameado por causa da neve do dia anterior. Sim, estava uma lamaceira gigante e o guia não se cansava de dizer que era uma oportunidade única ver o grand canyon com neve. Desse lugar pegamos um ônibus do Grand Canyon pra subir até o Guano Point, onde almoçamos e pudemos subir em vários picos ( não subi em muitos mas fui nos que o meu medo permitiu rsrs).
Esse lugar é mágico! Me senti entre o céu e o inferno, me senti leve como se tivesse voando, pois estava perto do céu, e o inferno está ali só pra nos mostrar como é bem melhor no céu e mesmo com toda beleza o inferno faz o céu muito mais bonito. Eu caminhei, devagar pois estava escorregadio, subi numas pedras com aquele friozinho na barriga, mas o melhor de tudo foi sentir que estava perto de Ricardo, meu irmão que gostava de se arriscar pra viver e então tive certeza que ele está no céu junto com meus pais e Adriana. Estar ali foi uma prévia de minha tatuagem que fiz pra ele: A gente se encontra no céu!
A contradição desse lugar é o que o torna assim, a cidade do pecado, mas que antes que eu pecasse me levou pra perto do céu e eu pude ver também que eu nem sou tão pecadora assim! E dessa aventura do Grand Canyon foi isso que aprendi, que pecar também faz parte de me tornar uma pessoa melhor!
Esse vídeo é o primeiro de 3 (o terceiro está sendo editado), nele eu só mostro a viagem pro Grand Canyon. Falarei dos outros vídeos em outras oportunidades. Quero voltar no Grand Canyon em outras partes que fica melhor ir pelo Arizona e que se tem acesso aos cânions , porém pra quem nunca foi vale a pena!
Até a próxima!
Aída
Respostas de 16
Querida Aída, amei “nossa” viagem… kkkkkk nossa sim, pois transporto-me para as suas imagens e histórias!!! Top… top… top… Parabéns!!!
👍😄🥰👍👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Adoro 🥰 que você viaja comigo! Grata 🙏🏼 Gigi e continue de olho nessa coluna!