Foi dado início aos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nesta quarta-feira (28), com o desfile de abertura dos atletas da Champs-Elysées à icônica Place de la Concorde, em pleno coração da capital francesa. Terá transmissão ao vivo pelo canal SporTV2 e pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, do inglês) no Youtube. O encerramento da competição será em 8 de setembro.
O Brasil busca sua 400ª medalha no megaevento. Na história dos Jogos Paralímpicos, que teve sua primeira edição em Roma 1960, os paratletas brasileiros conquistaram 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, são 373 medalhas ao todo. A delegação brasileira contará com 280 paratletas. São 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e 1 para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Estará representado em 20 das 22 modalidades: atletismo, badminton, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, hipismo, halterofilismo, judô, natação, remo, tênis em cadeira de rodas, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado. Só não haverá brasileiros no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.
A delegação brasileira tem resultados relevantes em Mundiais. O atletismo é modalidade com a maior quantidade de convocados para Paris 2024, com 71 atletas e 18 atletas-guia, e que mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos, com 170, somando os pódios das provas nas pistas e no campo – foram 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze.
A natação vem em segundo, tanto em maior número de atletas, com 37 nadadores, quanto a que mais conquistou medalhas na história dos Jogos, com 125 (40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes). A canoagem também tem resultados expressivos, com duas medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze. São oito atletas convocados para Paris na modalidade.
No vôlei sentado, o Brasil terá 12 atletas no masculino e 12 no feminino, com 24 no total, o que faz com que seja a terceira modalidade com mais competidores nos Jogos Paralímpicos de 2024. E as mulheres chegam com status de atuais campeãs mundiais, com o título conquistado na Bósnia, em 2022.
Dos 255 paratletas convocados, 117 são mulheres (45,88%). A maior convocação feminina brasileira na história dos jogos. Entre elas está a catarinense Bruna Alexandre, mesatenista de 29 anos. Foi a primeira atleta brasileira apta a defender o Brasil nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos no mesmo ciclo, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, entre julho e agosto, e agora estará nos Paralímpicos.
“Essa experiência na Olimpíada com certeza vai me ajudar nos Jogos Paralímpicos. Eu joguei nas principais mesas da arena, enfrentei atletas olímpicos, e isso pode sim fazer a diferença”, disse Bruna Alexandre. Aos seis meses de vida, Bruna foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose.
Com maior número de participações em Jogos Paralímpicos, a cearense Edênia Garcia, 37 anos, é a paratleta com maior número de participações. Nadadora da classe S3 (limitações físico-motor) estará em sua sexta edição. Competiu em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, conquistou três medalhas, duas de pratas e um de bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.
“Eu sabia que eu poderia estar em Paris. Não encaro como um desafio. Penso que a natação é algo natural para mim e também é um tratamento para minha condição física. Faço o que eu amo, trabalho com o que mais gosto e ainda estou cuidando da minha qualidade de vida”, afirmou a nadadora, que nasceu com doença de Charcot-Marie-Tooth, condição degenerativa que afeta os movimentos dos seus membros inferiores.
O pernambucano Phelipe Rodrigues, 34 anos, é o paratleta brasileiro com mais medalhas na história da competição. Nadador da classe S10 (limitações físico-motoras) é o único a ter oito pódios paralímpicos na carreira. Conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou, de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, soma cinco pratas e três bronzes.
“Ser o atleta do Brasil com mais medalhas nesta edição me faz acreditar que todo o esforço nos últimos anos valeu a pena e que, olhando para trás e vendo a minha trajetória, eu posso ficar extremamente feliz por estar contribuindo com o nosso país da melhor forma”, afirmou Phelipe, que nasceu com má-formação no pé direito e, depois de algumas cirurgias para correção, como forma de reabilitação, passou a ter aulas de natação.
Ao todo, 23 dos 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal, estarão representados na delegação brasileira para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Do estado de São Paulo são 71 dos 255 convocados, ou quase 28% do total da equipe brasileira. Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 22 atletas cada, contam com a segunda maior representatividade na Seleção Brasileira. O Paraná, com 20, o Rio Grande do Sul, com 13, o Rio Grande do Norte, com 12, e Santa Catarina e Distrito Federal, ambos com nove, também estão entre os locais com mais representantes na delegação.
Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro