Eis um fenômeno aparentemente comum no falar das pessoas comuns. Como essas há outras tantas que se lhes podem ajuntar: inleição, himpócrita, intaliano, inlegal…
Houve quem quisesse atribuir a essa nasalização uma característica do tupi. Será muito difícil conseguir provar isso.
Há ainda a tendência a que isso seja um processo levado a cabo por um fenômeno linguístico, chamado analogia. Essa analogia se daria por conta do prefixo latino in- que indica a negação como se dá em infeliz, insensível… mas talvez isso seja uma falsa analogia.
Provavelmente, esse fenômeno seja por conta de nasalização, mas não por analogia e sim por metaplasmo.
Algumas nasalizações houve no português que eram motivadas, como, por exemplo, lũa, pois essa palavra teria vindo do latino luna.
Outras nasalizações há que parecem imotivadas, como a palavra muito, lida mũito. Essa palavra advém de multum, por alguma força linguística, o -l- latino gerou uma nasalização em português.
Há uma lei fonética, que se chama lei do menor esforço, segundo a qual sempre se procura a forma de pronúncia que empregue menos esforço. Pode ser que o grupo de usuários desse fenômeno tenha considerado que era um esforço menor.
Neste texto, não pretendemos concluir que fenômeno ocorreu, mas inconclusivamente concluir que nesse caso é melhor saber quais processos poderiam ter operado as mudanças havidas.