Os sete movimentos agrários, que ocuparam o prédio do Incra Alagoas e o calçadão do Centro de Maceió, reúnem-se nesta quarta-feira (1º), às 14h, com representantes do Incra Nacional e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que vieram a Alagoas para as negociações. O encontro ocorre após a reunião remota na terça-feira (30). Na audiência virtual, foi proposta a manutenção do nome de Junior Rodrigues do Nascimento, nomeado para a superintendência do Incra em Alagoas, mediante a possibilidade de “administração participativa”, dos movimentos agrários, no órgão estadual.
Os grupos se opõem ao novo titular da autarquia no estado, designado na segunda-feira (29). O nome teria sido indicado pelo deputado federal, Arthur Lira (PP-AL), após exoneração de Wilson César de Lira Santos, primo do parlamentar. Eles exigiam que José Ubiratan Rezende Santos, conhecido como Bira, assumisse a superintendência do órgão. Depois da reunião remota, novos acordos pode manter o atual gestor no cargo, sob condições de atuação direta dos movimentos. Entre os manifestantes, estão representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Frente Nacional de Luta (FNL).
A coordenadora nacional do MST, Margarida da Silva, explicou sobre os possíveis rumos da ocupação da sede do Incra, localizada no Edifício Walmap, no Centro de Maceió, desde segunda-feira (29), e de cerca de 200 metros de extensão da rua do Livramento, umas das principais vias do bairro. A autarquia tem escritórios no quarto, quinto e 11º andares do prédio. A sede original do Incra em Alagoas, localizada na praça Sinimbu, também no centro da cidade, encontra-se abandonada.
“Ontem, a partir da reunião que nos tivemos, com a assessoria especial do ministro [do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar], Paulo Teixeira, o que eles nos disseram é que podemos fazer uma administração participativa. Manter [o indicado], porque é uma decisão do presidente Lula, em acordo com o presidente da Câmara [dos Deputados], Arthur Lira, de manter o atual superintendente, que tomou posse agora, que é o Júnior, mas que poderia ter outras agendas e poder avançar com a pauta da reforma agrária aqui em Alagoas”, afirmou.
A coordenadora ressaltou que o interesse maior da ocupação é mobilizar a reforma agrária em Alagoas. “Nós vamos aguardar com o posicionamento do próprio chefe de desenvolvimento agrário, também do ministro Paulo Teixeira, porque é o nosso ministro. E ai nós vamos aguardar porque essa ideia de poder ter um diálogo, a gente precisa voltar um diálogo com o Incra de Alagoas, porque entendemos que a reforma agrária é importante na produção de alimento, no combate, pode contribuir no combate à fome do nosso estado. Que isso possa avançar, seja com o Júnior Rodrigues à frente da instituição, ou seja outra pessoa”, disse.
