Insegurança no cenário político-econômico é um dos motivos que levaram os brasileiros a fazer a maior remessa já registrada de dinheiro para o exterior. De acordo com o Banco Central, cerca de R$ 10,4 bilhões (US$ 2,1 bi) foram enviados em 2023 para fora do Brasil, série histórica superior ao período antes da pandemia. Estados Unidos, seguidos de Portugal e Reino Unido na segunda posição, foram os principais destinos da emissão de capital.
Proteção de recursos ante o cenário político-econômico, turismo e educação, investimento financeiro, mudança de país e parentes no estrangeiro levaram à emissão recorde de dinheiro, segundo o jornal O Estado de São Paulo, em consulta a especialistas. “Na década anterior, as pessoas estavam com maior confiança porque o Brasil estava crescendo. Com a instabilidade política, o volume de transferências aumentou. Para resolver isso, precisamos ter estabilidade no Brasil”, disse, ao veículo, o economista e professor do Insper, Alexandre Chaia.
Desde 2014, já foram enviados R$ 87 bilhões, (US$ 17,5 bi) ao exterior. As carteiras digitais internacionais respondem por parte da aceleração da saída de dinheiro do país. Bancos como Wise, Avenue, Revolut, Nomad e BS2 GO, licenciados no Brasil, agilizam a movimentação de valores e facilitam as transações cambiais e o uso de cartões de crédito no estrangeiro.
A partir de janeiro de 2024, com a entrada em vigor da Lei 14.754/23, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as aplicações em offshores – empresas de investimento no mercado financeiro exterior – passaram a ser taxadas, com tributação de 15% e 20%, para fins de Imposto de Renda, dos rendimentos de longo e curto prazos, respectivamente.





























