quinta-feira, 6 de novembro de 2025 – 07h25

COB se manifesta e nega denúncia de nadadora expulsa das Olimpíadas

Ana Carolina Vieira relatou como teria sido tratada após desligamento; atleta também revelou denúncia de assédio
Ana Carolina Machado foi expulsa por indisciplina dos Jogos Olímpicos de Paris- Foto: SatiroSodré/CBDA

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) se manifestou sobre as declarações feitas pela nadadora brasileira Ana Carolina Vieira, expulsa, por indisciplina, dos Jogos Olímpicos de Paris, no domingo (28). Em nota, publicada nesta terça-feira (31), a entidade disse o desligamento da atleta não teve qualquer relação com “eventuais fatos que tenham sido objetos de denúncias” por parte da nadadora.

Ana Carolina havia dito, em vídeos publicados em suas redes sociais, nos quais relatava como havia deixado a Vila Olímpica, que já tinha feito anteriormente uma denúncia de assédio ao COB. “Como eu vou entrar em contato com os canais do COB sendo que eu já fiz uma denúncia e nada foi resolvido, [denúncia] de assédio dentro da seleção?”.

O Comitê, no entanto, disse que não iria se manifestar sobre as acusações “principalmente porque tais denúncias são sigilosas e dependem de averiguação da área de Compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB”.

A entidade nega ainda que haja qualquer tipo de denúncia pendente de atletas vinculados à Confederação Brasileira de Depostos Aquáticos (CBDA). “É possível informar, contudo, que não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação vinculados à CBDA.”

Ana Carolina relatou também que, após o anúncio de desligamento, não lhe foi permitido arrumar as próprias malas, nem ter acesso à água ou mesmo à orientação de um psiquiatra a princípio. Os vídeos foram gravados em Portugal durante a viagem de volta ao Brasil.

O COB nega as acusações e afirma que todo o procedimento foi feito de forma respeitosa “em razão do momento delicado pelo qual passava a atleta”. Segundo o Comitê, a nadadora pode falar “com a mãe, com o psicólogo da delegação”. E ainda “arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto”.

A expulsão

A nadadora foi expulsa das Olimpíadas de Paris após se envolver numa discussão com a comissão técnica. Os treinadores haviam decidido retirar da equipe de revezamento 4×200 metros a nadadora Maria Fernanda, a Mafê, que deveria focar nas competições individuais, nas quais poderia ter maiores chances de medalha.

Ana Carolina teria discordado da decisão. Segundo relato de testemunhas, durante a altercação, houve “gritos e dedos na cara”. A apuração do ocorrido foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo, com pessoas ou que acompanham a rotina da Vila Olímpica.

O chefe da equipe brasileira de natação, Gustavo Otsuka, explicou, em coletiva de imprensa, que Ana Carolina teve uma postura “agressiva e totalmente inadequada”. Segundo Otsuka, a atleta não respeitou o rigoroso código de conduta seguido pela delegação brasileira.

A advertência

Na sexta-feira (26), Ana Carolina recebeu uma advertência por ter saído sem permissão da Vila Olímpica. A nadadora estava acompanhada de seu namorado, Gabriel Santos, nadador da seleção masculina brasileira.

Gustavo Otsuka esclareceu que os atletas não podem, por questões de segurança, deixar a vila olímpica sem permissão. O chefe da equipe só teria descoberto a saída dos nadadores após postagens do casal em redes sociais. As publicações foram apagadas posteriormente.

Segue a nota completa do COB:

“Durante o desligamento da nadadora Ana Carolina Vieira da delegação, a atuação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi pautada, como de costume, pelo respeito, atenção e cuidado à atleta em razão do momento delicado pelo que ela passava.

Ao longo de todo o processo, Ana Carolina Vieira esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. A atleta falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto.

Eventuais fatos que tenham sido objeto de denúncia por parte da atleta por meio dos canais de atendimento e apoio do COB não têm qualquer relação com o ocorrido nos Jogos Olímpicos de Paris. Portanto, não serão objeto de comentários por parte do Comitê Olímpico do Brasil, principalmente porque tais denúncias são sigilosas e dependem de averiguação da área de Compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB.

É possível informar, contudo, que não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação vinculados à CBDA.

O COB reitera que o respeito entre todas as pessoas que atuam em suas Missões é um valor fundamental e norteador das nossas ações. Além disso, o COB acredita que o acolhimento e cuidado com todas as pessoas que integram a Missão, independentemente dos atos praticados e das sanções aplicadas, deve sempre ser assegurado.”


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