A música brasileira está de luto. Morreu, nesta segunda-feira (8), a cantora, compositora e pianista, Angela Ro Ro, aos 75 anos de idade, no Rio de Janeiro. Dona de uma voz incomparável, a artista despontou no cenário musical na década de 1970 e se destacou por seu estilo, que misturava MPB, rock e blues. Ro Ro estava internada havia três meses para tratamento de uma infecção pulmonar. Ela foi vítima de parada cardiorrespiratória.
A cantora se encontrava hospitalizada, desde junho, no Hospital Silvestre, no bairro de Cosme Velho, Zona Sul do Rio. Após complicações que levaram à intubação e realização de uma traqueostomia, chegou a passar 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Angela apresentou dificuldades de comunicação e coordenação motora, mas retomou a fala no começo de agosto.
Além de problemas de saúde, a artista, que não recebia aposentadoria, vivia em situação financeira delicada. Recentemente, ela voltou a pedir doações para custear despesas hospitalares. A cantora tinha mais de 20 discos lançados, 145 músicas registradas e sua voz estava em 271 gravações. No entanto, ganhava cerca de R$ 800 pelos direitos autorais de sua obra. Os dados são do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), repassados ao jornal O Globo.
Natural do Rio de Janeiro, Angela Maria Diniz Gonsalves nasceu em 5 de dezembro de 1949. Dona de uma voz grave e rouca, que lhe valeu o apelido, adquirido ainda na infância, Ro Ro lançou o primeiro álbum em 1979. Considerado um clássico da música brasileira, o LP traz a faixa “Amor, meu grande amor”, que a consagrou no cenário nacional. Com letras confessionais, Angela misturava autenticidade e emoção na intrepretação musical e no domínio de palco.