O Real Gabinete Português de Leitura é um tesouro literário no Centro do Rio de Janeiro. Fundado em 1837, o prédio abriga a maior e mais rica biblioteca de literatura portuguesa fora de Portugal. Com acervo de 350 mil volumes, reúne de obras raras, como um exemplar da primeira edição de Os Lusíadas, de 1572, que pertenceu à Companhia de Jesus, a coleção mais completa e moderna de livros portugueses. Aberta de segunda a sexta, das 10h às 17h, a biblioteca tem entrada gratuita e acesso à leitura dos livros no vasto salão central.
A consulta ao acervo geral, completamente informatizado, é franqueada ao público. Com o estatuto de “depósito legal” da Biblioteca Nacional de Lisboa, outorgado pelo governo português em 1935, cerca de duas mil obras úteis são incorporadas todos os anos ao seu catálogo. O Real Gabinete recebe um exemplar de todos os livros editados e publicados em Portugal. Entre as raridades literárias presentes em seu acervo, destacam-se os manuscritos autógrafos do “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, e do “Dicionário da Língua Tupy”, de Gonçalves Dias.
Fundado por um grupo de 43 imigrantes portugueses, o prédio sede foi edificado entre 1880 e 1887, em estilo Neo-Manuelino. A Biblioteca é considerada uma das quatro mais bonitas do mundo pela revista Times. Ao guardar, em perfeito estado de conservação, manuscritos, livros e artefatos da cultura portuguesa, goza de prestígio nos meios intelectuais, pela força do acervo e beleza arquitetônica do edifício. Além de manter a biblioteca e promover pesquisa, ensino e instrução, contribui para o desenvolvimento da cultura luso-portuguesa no Brasil.
O Real Gabinete Português de Leitura permite a consulta de algumas obras raras a investigadores e especialistas, desde que se tenha autorização especial. Franqueia aos sócios, que estejam em dia com a contribuição mensal, levar até três livros, de edições posteriores a 1950, como empréstimo pelo prazo máximo de 15 dias. Associação civil beneficente de assistência social, sem fins lucrativos, o Real Gabinete – em conjunto ao Liceu Literário Português e à Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V – é associado fundador da Associação Luís de Camões.





























