O governo comunista do Nepal, país localizado no sul da Ásia, entre a Índia e a China, caiu em meio à revolta popular, iniciada por milhares de jovens, em sua maioria da chamada “Geração Z”, e adultos, ambos representam 43% da população. Os protestos começaram na semana passada após bloqueio de 26 redes sociais no país. Nesta terça-feira (9), manifestantes incendiaram o Supremo Tribunal, o parlamento e as residências de líderes políticos.
O presidente Ram Chandra Paudel e o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciaram devido à pressão popular. Paudel foi retirado de helicóptero após seu gabinete ser invadido. Na contenção dos protestos, ao menos 19 pessoas foram mortas e mais de 400 ficaram feridas. O país entrou em estado de emergência. O aeroporto da capital, Kathmandu, foi fechado.
A revolta ganhou força decisiva quando o Exército do Nepal e a Força de Polícia Armada (APF) se renderam e se uniram aos manifestantes. A casa do ex-primeiro-ministro, Jhala Nath Khanal, aliado histórico de Pequim, foi destruída num incêndio. Sua esposa, Ravi Laxmi Chitrakar, morreu com graves queimaduras. Khanal, que governou em 2011, pelo Partido Comunista do Nepal, era conhecido por aprofundar os laços estratégicos com a China.
A Índia e a União Europeia emitiram alertas, cobrando investigações independentes. O levante, já chamado de “Revolução da Geração Z”, transformou-se em um movimento que desafia o sistema político e militar do Nepal. No país, 90% da população têm acesso à internet. A Geração Z usa plataformas, como Facebook, YouTube e X, para denunciar a corrupção. Vídeos virais no TikTok expõem o contraste entre a vida da população e a dos governantes.
*Com informações da rede social X
