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domingo, 8 de setembro de 2024 – 15h57

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31 de agosto: Dia Mundial pelo fim do Especismo

Prática se refere ao direito humano de explorar, escravizar e matar outras espécies de animais
Gado a caminho do abate - Foto: Reprodução/Internet

O Especismo trata do ponto de vista histórico, cultural, social, urbano de considerar que a espécie humana tem direito de explorar, escravizar e matar outras espécies animais. A discriminação especista pressupõe que a vida de outros animais seja menos importante, por pertencerem a uma espécie inferior. Sobretudo no que concerne à imposição de sofrimento e à crueldade no modo de criação.

Ao mesmo tempo em que há apego e até leis que impedem qualquer tipo de maus-tratos a algumas espécies, especialmente as domésticas, como cachorros e gatos, os bovinos e suínos são criados em currais e abatidos de modo cruel. Alguns cavalos são criados em haras, enquanto outros puxam carroças em meio ao trânsito caótico, no asfalto quente.

O termo Especismo foi cunhado pelo psicólogo britânico Richard D. Ryder, que o usou, pela primeira vez, em um panfleto no ano de 1970. Mais tarde foi largamente adotado por autores de obras sobre direitos dos animais. “Eu uso a palavra ‘especismo’, para descrever a discriminação habitual que é praticada pelo homem contra outras espécies (…) Especismo e racismo ignoram ou subestimam as semelhanças entre o discriminador e aqueles que são discriminados.” explicou Ryder, dois anos depois.

O ativista e filósofo Oscar Horta explica, em um artigo sobre o tema, que “os animais não humanos são utilizados cotidianamente, de forma sistemática e institucionalizada como recursos à nossa disposição para fins múltiplos. Estes vão desde o entretenimento e o uso em laboratórios até a produção de roupa e, especialmente, de produtos alimentícios. A maior parte dos seres humanos participa disso e é algo muito raramente questionado”.

Os defensores do direito dos animais veem no especista uma referência à discriminação, que envolve atribuir diferentes valores e direitos baseados na espécie, como direito à propriedade ou à posse. Eles defendem num acordo de igual consideração de interesses, respeito recíproco, independentemente da espécie em questão. Além do fato de a espécie humana ser omnívora, isto é, consegue digerir diferentes tipos de alimentos, animais ou vegetais.

Há duas classes de especismo: 1) o elitista, que não tem muita compaixão por qualquer outra espécie que não seja a humana, numa conduta antropocêntrica; 2) o eletivo, que seleciona algumas espécies como alvo da discriminação, como no caso dos animais doméstico e de abate.

Assim, o especismo produz, por um lado, um grande impacto ecológico direto e indireto, devido à alteração dos ecossistemas das espécies discriminadas, como meio de aumentar a produção; por outro lado, gera também um grande impacto ambiental na produção maciça de cereais em ecossistemas de relevância, diretamente ligado à produção de ração animal.

O Antiespecismo

Para Luciano Carlos Cunha, doutor em ética e filosofia política, em entrevista ao portal Politize, há uma diferença entre o que é “não especismo” e “antiespecismo”. O não especismo seria simplesmente a ausência do especismo, com tratamento de respeito, sem discriminação. O antiespecismo seria uma oposição ao especismo, através do ativismo.

“O antiespecismo, por ter como centro de sua preocupação o bem dos seres sencientes, defenderá não apenas deixar de prejudicá-los. Defenderá também ajudá-los, independentemente de se a origem do que os prejudica são práticas humanas ou processos naturais”, disse Cunha.

Desde o final do século XVIII, existem pesquisas e teorias acerca da exploração animal. As primeiras organizações de defesa dos animais surgiram na Europa e na América. Mas, só nos anos de 1950, o movimento antiespecista se fundamentou efetivamente com o emprego da palavra “especismo”. A partir daí, começaram as discussões sobre justiça social em relação aos animais e não somente o ato de não maltratá-los.

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