domingo, 16 de novembro de 2025 – 23h33

Deputados estaduais de AL divergem sobre megaoperação no Rio de Janeiro

‘De corpos deixados ao relento’ a ‘vitória do bem sobre o mal’ posições definem partidos e espectros ideológicos
Foto: IgorPereira/ALE-AL

A megaoperação realizada contra o Comando Vermelho, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), foi tema de debate durante a sessão ordinária de quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE-AL). ‘De corpos deixados ao relento’ a ‘vitória do bem sobre o mal’ posições definem partidos políticos e espectros ideológicos.

O primeiro a se pronunciar foi o deputado Ronaldo Medeiros (PT), que manifestou veemente repúdio à operação policial realizada na capital, resultando em mais de 100 mortes.

“Estou vendo essa ação da Polícia Militar no Rio como desastrosa”, afirmou o parlamentar, criticando a estratégia adotada: “Este não é o meio de combater o crime, matando inocentes. Vários inocentes foram executados. Na favela, na periferia, não moram apenas marginais – a maioria são pessoas de bem que trabalham e batalham”, disse Medeiros.

Descrevendo os “corpos deixados ao relento, com moradores tendo que recolhê-los”, o parlamentar defendeu uma abordagem diferente: “Não se combate a marginalidade com operações como essa. Onde chega a polícia, tem que chegar o Estado. A omissão estatal causa a desigualdade que obriga pessoas a viverem em submoradias”. 

Ronaldo Medeiros finalizou solidarizando-se com as vítimas: “Mães que perderam filhos, mulheres que perderam maridos. Operações assim não deveriam existir; o crime se combate de outras formas, não assassinando inocentes”.

Discordando do colega da Casa, o deputado Cabo Bebeto (PL) rebateu firmemente o discurso de Medeiros, classificando a ação como “vitória do bem sobre o mal”. “Quatro homens de bem – dois PMs e dois policiais civis – perderam a vida e sequer são lembrados pelo deputado”, iniciou ele. 

O deputado do PL destacou que os mortos na operação estavam camuflados com fuzis na mata e que ali não havia homens de bem. “O bem venceu o mal, como geralmente acontece”, completou ele.

Bebeto terminou elogiando a corporação: “A Polícia do Rio, uma das mais mal pagas, enfrentou bandidos atirando de cima do morro. Se tem que morrer alguém, que morra o bandido – e 99% dos mortos foram bandidos” e finalizou desejando recuperação aos policiais feridos e reforçando apoio às forças de segurança.

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