O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou que Nicolás Maduro foi reeleito presidente do país, em pleito eleitoral realizado no domingo (28). Segundo o órgão, Maduro obteve 51,2% (5.150.960 votos) contra 44,2% (4.627.978 votos) de Edmundo Gonzáles, o candidato da oposição, e 4,6% (462.704) para os demais concorrentes.
“As eleições foram realizadas de forma exemplar”, disse Maduro. O ditador venezuelano pediu “respeito à soberania” da nação e afirmou que “não se intromete nos assuntos internos de nenhum país”.
Em uma eleição tumultuada, com denúncias de fraude, centros de votação fechados, militares atirando para o alto para dispersar eleitores, impedindo o acesso da população às urnas, a oposição questiona o resultado. “O CNE simplesmente disse que Maduro venceu, mas não provou com as contagens”, indagou González.
Observadores internacionais foram proibidos de entrar no país. Apenas os de países alinhados ao governo tiveram acesso ao processo de votação.
O “Conselho Nacional Eleitoral paralisou a transmissão em numerosos centros e está impedindo que nossos fiscais obtenham a ata, expulsando-os dos locais de votação”, esclareceu a presidente do partido de oposição Encuentro Ciudadano, Delsa Solórzanose.
Em um discurso para grande número de apoiadores, Edmundo González garantiu que o mundo inteiro já sabe o que aconteceu no país. “Aqui todas as regras foram violadas, a tal ponto que a maior parte das atas ainda não foram entregues”, afirmou.
Países como EUA, Chile, Uruguai, Espanha, Costa Rica, Peru, Argentina e Guatemala não reconheceram a vitória. Por meio do Ministério das Relações Internacionais, o Brasil saudou a eleição da Venezuela e disse aguardar publicação das atas.
Na imprensa internacional, algumas manchetes apresentam a vitória de Maduro como ilegal. “Fraude”; “Maduro roubou a eleição”; “Maior golpe da história”; “Fraude ocorre nas eleições”.
María Corina Machado, líder da oposição, proibida de se candidatar pela justiça eleitoral, denunciou fraude no pleito, afirmando que todas as atas liberadas pelo CNE estariam apenas em torno de 40% do total das urnas eleitorais. Segundo Machado, Edmundo Gonzáles seria o verdadeiro vencendor das eleições, obtendo 70% dos votos.
“Venezuela tem um novo presidente eleito e se chama Edmundo González Urrutia. A vitória foi absoluta, ganhamos absolutamente em todos os estados do país”, declarou.
“A comunidade internacional já sabe de toda a verdade!”, completou a líder da oposição, inconformada, argumentando que espera que o CNE forneça à oposição e aos observadores internacionais o restante das atas, além de iniciar a contagem pública dos votos impressos.