Queridos Leitores,
Essa minha matéria de hoje é uma homenagem a meu pai, que foi o meu maior incentivador nos meus escritos, na minha poesia e também na fotografia.
Dia 30 de Abril, terça-feira, vai completar 5 anos de sua partida e não poderia deixar de fazer essa homenagem pois eu sinto que de onde ele está continua vibrando com tudo que faço.

Muitos anos atrás na hora do almoço, eu tinha acabado de voltar de Londres depois de um ano e três meses, e eu contando que um brasileiro me emprestou o livro que era a biografia de Isadora Duncan, uma bailarina contemporânea que abalou o mundo com sua dança e sua filosofia de vida e que me encantou muito e de repente papai soltou uma citação dela e me disse: ‘eu também li essa biografia’. Eu fiquei totalmente sem ter o que dizer e ele continuou falando dela.
Anos mais tarde eu comprei um carro conversível, e comecei a fazer minhas aventuras, conectava meu iPod no rádio do carro e saia por ai com um lenço amarado na cabeça cantando… era muito legal, e na minha primeira viagem eu mandei vídeos dessa cena para minha mãe, pois ela achava lindo minhas doidices… rsrs, e lógico que papai também via os vídeos e depois do primeiro vídeo que mandei a mamãe disse que eu estava linda e que mandasse mais vídeos assim e o papai disse: ‘agora você virou a minha Isadora Duncan completa, só tenha cuidado com o echarpe!’ E toda vez que ele via um vídeo eu no carro, ele me chamava de Isadora.
Eu sabia sobre ela por causa do ballet, mas as pessoas ficaram sabendo dela por causa da música de Rita Lee que dizia: ‘faça como Isadora, que ficou na história por dançar como bem quisesse’.
Isadora Duncan morreu quando um de seus amantes foi buscá-la para passear no seu conversível, e ela estava usando um echarpe bem longo e esvoaçante, no que seu amante e admirador partiu com o carro, a echarpe enganchou na roda do carro e a enforcou, lá por volta de 1927.
No final de 2017, meu pai já viúvo, teve um piripaque, ficou 40 dias na UTI, quando saiu e foi para o quarto mandou um recado para mim: ‘diga a Aída que todos os dias tem um passarinho que vem me visitar e fica me olhando da janela’. Eu achei lindo o recado então escrevi um poema e mandei para ele.
Depois que ele se foi eu resolvi ‘terminar’ o poema como uma despedida do passarinho! E é por isso que minha tatuagem em sua homenagem é um passarinho!
Fiquem com os vídeos, umas poucas fotos e o poema, pois eu além de muitas lembranças como essa tenho uma saudade infinita de suas resenhas e de seu amor!
Até a Próxima!
Aída

Todo dia ele aparece na janela,
E fica olhando ali do parapeito,
Sempre com cautela,
Pra não assustar o velhinho em seu leito!
Desde que o velhinho ali chegou,
Ele ficou curioso,
Com seu olhar indagou,
Porque esse olhar copioso?
Mas o velhinho não respondeu,
Muita coisa a acontecer,
Foi então que o passarinho pensou:
Tenho que fazê-lo me perceber.
E todo dia ele voltava,
E o velhinho entristecido,
Não via que ele ali estava,
Pra ser seu companheiro e amigo!
E num dia de muita festa,
O velhinho o viu a observar,
E ele por uma fresta
Da janela, tentou entrar!
E o velhinho sorriu,
E disse pro seu passarinho,
Obrigado porque de mim não desistiu,
E eu nunca mais vou me sentir sozinho!
Volte sempre passarinho,
Mesmo quando eu me curar,
Pois esse seu amigo velhinho,
Vai sempre no coração lhe levar!
Hoje Pai eu resolvi completar esse poema para me despedir do senhor:
E depois de muito tempo,
O passarinho viu que o velhinho voltou,
Vinha visitar seu amigo atento,
O velhinho que sempre o abrigou!
Hoje o passarinho chora,
Pois não mais pode alegrar seu amigo,
Mas sorri quando lembra de outrora ,
O amor que aprendeu contigo!
Pois aquele velhinho era só amor!
Te amo pai, mais que o infinito e nunca se esqueça que o senhor é o melhor pai do mundo!
Beije e abrace a mamãe, Ricardo e Adriana por mim!
Um grande beijo e a gente se encontra no céu!
Sua filha
Aida
Primeira parte: 03/01/18
Segunda parte: 01/05/19
Respostas de 23
Dom Fernando!
Saudades também de vosso Pai, de nossas conversas quando tive o privilégio de tê-lo como cativante cliente. Em algumas oportunidades servia-nos uma dose de whisky e brincava assim: “- Às nossas qualidades, que não são poucas!”. Riso franco e emotivo em algumas vezes. Bem informado, ponto de partida para a boa e educativa prosa. Grande pessoa, guardo ótimas recordações. Belíssima homenagem, Aída Barros de Britto!😚
Obrigada Robertinho! Eu sou como ele, cheio de paixões que me levam… sempre nos surpreendia com sua sabedoria… essa de Isadora Duncan pra mim é uma pérola! 😘
Aída,
Beijão 😍😘
Linda homenagem! Faz muito bem relembrar. De onde ele estiver, com certeza, terá orgulho da sua filha.
Obrigada Martha! A saudade é imensa mas sempre o carrego no meu coração ♥️! Adoro que você comenta por aqui! 😘
que lindo homenagem…gostei!!
Obrigada Regina! E volte sempre! 😘
Quantas saudades do nosso velhinho…
Cinco anos de um vazio imenso …🩷🩷
É verdade, não dá pra descrever essa saudade… mas sinto ele pertinho de mim sempre! 😘
Ahhhh… nossos pais, saudades eternas! 💞
Saudade infinita! 😘
Verdade Mr. Silva, e eu ainda completo, ele torna-se combustível da vida! 😘
Linda homenagem. O verdadeiro amor nunca morre!