quarta-feira, 18 de junho de 2025 – 00h04

ESTAREMOS PERDENDO A CAPACIDADE DE RECONHECER QUALQUER COISA FORA DO ORDINÁRIO?

O que talvez tenha começado realmente a incomodar é o fato que a beleza, tão significativa, quanto transitória e relativa, parece desaparecer cedo e rápido. À medida que aprendemos a desfrutar, mais e claramente. Para quem aprecia, se instaura uma coisa que acontece de cair na mesmice e é acatada pela maioria. Falo de música, de imagem e claro, de arquitetura.

A ideia de visitar o Centro num sábado com a família, estava na minha cabeça, caros urbaNAUTAS, desde antes de aqui começar a lançar os nossos escritos.

Essa imensa determinação, renascida nos meus tempos na faculdade, que poderia ser justificativa alegada, interesse acadêmico, ou pouca coisa além disso, também foi motivação básica de desejos simples, hedonistas, de olhar espaços favoritos, estátuas, belos edifícios e pessoas solidárias, gentis e elegantemente educadas.

Prometi a mim mesmo, que seja um arquiteto ou pessoa que não possua o conhecimento em construção, o Centro é um dos melhores locais para se verificar esses tipos de registros físicos, ou ainda o esmaecido desaparecimento dos mesmos.

Mesmo conhecendo à distância, superficialmente e ainda assim gostando muito. Um passeio de memória breve, cinemas e belas artes. No Centro, que teve galeristas e galerias de arte: Sucata, Lourenço Peixoto e Mário Palmeira. Agora o Centro promove, como sempre promoveu a bem dos transeuntes a hospitalidade e a barulheira em meio a tudo isso.

Despedi-me lentamente dos meus agradabilíssimos camaradas quando o mágico passeio teve fim.

Ficou um gostinho de quero mais? Talvez a economia do bem estar seja um campo a ser cultivado de maneira muito proveitosa. Não uma vala irreparável do discurso de terra arrasada. Infértil e inculta.

As unidades de vizinhança merecem a oportunidade de florescer novamente a vida de moradores no Centro. Com moradias, residências estudantis num extremo e oficinas escolas, universidades e escolas técnicas em outro.
Vida vinte e quatro horas, de segunda a segunda. Apropriado modelo de tomada de conta de um espaço; vivência.

Enquanto isso perpassa nosso todo e lugar, notícias desastrosas e alarmantes nos chegam do Rio Grande do Sul, onde o poder destrutivo das águas acumuladas se faz sentir no modelo mais feroz e devastador.
Ao pedir orações e o envio de donativos ao estado brasileiro abatido. Rogo para que olhemos por nossas lagunas e bacias hídricas cujos descasos e assoreamento possibilitam também, caso chova bastante, quadros desesperadores para a população.
Acudir e restaurar a população gaúcha é a meta da hora.

Maceió, Das Alagoas,
terça feira, 07 de maio de 2024

Este ensaio pede orações e doações para os gaúchos

Fotos: RCF
Texto: RCF

Respostas de 4

  1. Voltando ao nosso lindo, porém sofrido centro, o colunista ressalta oportunamente, a cortesia e receptividade características do povo brasileiro. Mais especificamente falando, o alagoano. Nada mais justo. Gente sofrida mas que esbanja esperança de dias melhores. Arquitetura preservada!!! É o que desejamos. Mas a verdade é que ela desaparece lentamente entre o musgo e a depredação. Pela preservação deste lugar, tão especial, que proporciona ainda hoje e sempre, passeios prazerosos, cheios de nostalgia… Deus abençoe e tenha misericórdia de nossos irmãos gaúchos.🙌🙌

    1. Muito obrigado pelo excelente comentário, Eduardo! Sempre muito honrado com vossa presença e pensamentos. Agradeço muito.

  2. Estou horrorizada com tudo que vejo sobre o Rio Grande do Sul! É de doer o coração… e sim Alagoas também tem esse problema que se agrava nessa época do ano! Que Deus olhe por nosso país e nosso povo sofredor! Texto fantástico! 😘

    1. Minha querida Aída, agradeço pela atenção e reforço ao que nosso ensaio afirma. Obrigado e um beijo bem grande.

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