sexta-feira, 17 de outubro de 2025 – 23h50

Papa Leão XIV fala em notícias como antídotos contra ‘informação-lixo’

Pontífice reforçou importância do trabalho jornalístico nos tempos atuais
Papa Leão XIV, durante audiência com jornalistas - Foto: Reprodução/VaticanNews

O Papa Leão XIV recebeu os jornalistas participantes da 39ª Conferência da Associação MINDS International. A audiência marcou o início do evento que reúne 26 agências de notícias da Europa, América, Ásia e Oceania. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (9), no Palácio Apostólico. O Pontífice elogiou o papel das agências noticiosas contra a chamada “informação-lixo”. 

“O serviço de vocês é precioso e deve ser um antídoto contra a proliferação da chamada ‘informação-lixo’. Portanto, exige competência, coragem e senso ético”, disse Leão XIV. “As agências de informação atravessam um período de crise — e os próprios consumidores se encontram em crise, confundindo frequentemente o falso com o verdadeiro, o autêntico com o que é artificial”, reforçou.

O Papa reconheceu o paradoxo de uma época marcada pela abundância de meios de comunicação, mas também por uma crise profunda na confiança e na qualidade da informação. Ainda assim, encorajou os profissionais “em seu serviço tão importante” e nas iniciativas de diálogo e reflexão conjunta que fortalecem a área da comunicação social.

Trabalho jornalístico em tempos de guerra

Leão XIV lembrou o corajoso trabalho de jornalistas que arriscam a própria vida no cumprimento da profissão. “Todos os dias há repórteres que se arriscam pessoalmente para que as pessoas possam saber como as coisas realmente são. E, em tempos como os nossos, de conflitos violentos e disseminados, são muitos os que caem em campo, vítimas da guerra e da ideologia da guerra, que pretende impedir os jornalistas de estar presentes”. 

O Santo Padre pediu que o trabalho jornalístico em regiões de guerra não seja esquecido. “Não devemos esquecê-los! Se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em tantas outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso, em grande parte, a eles.” 

Liberdade para jornalistas presos

O Pontífice recordou o seu primeiro encontro com jornalistas, logo após o Conclave. Na ocasião fez um apelo à libertação de jornalistas, injustamente perseguidos e presos por tentarem contar a verdade. “Ser jornalista nunca pode ser considerado um crime, mas sim um direito a ser protegido”, reforçou.

Ao concluir seu discurso, o Papa destacou que o mundo precisa de uma informação “livre, rigorosa e objetiva”. “O súdito ideal do regime totalitário não é o nazista convicto nem o comunista convicto, mas a pessoa para quem já não há diferença entre realidade e ficção”, disse, citando a filósofa alemã, Hannah Arendt.

*Com informações do portal Vatican News

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