sexta-feira, 17 de outubro de 2025 – 22h39

Oncogenética: teste genético pode revelar predisposição hereditária ao câncer

Especialista da Santa Casa de Maceió explica detecção precoce de tumores
Foto: Reprodução/SantaCasaDeMisericórdia

A oncogenética é uma das áreas mais promissoras da medicina moderna no combate ao câncer. O campo médico busca compreender a predisposição hereditária à doença e oferecer estratégias de prevenção personalizadas. O acompanhamento genético pode beneficiar não apenas o paciente, mas toda a família, ao permitir identificar mutações associadas.

“A oncogenética é o estudo do risco da predisposição hereditária ao câncer. Nós avaliamos o risco individual e familiar. A partir disso, verificamos a indicação de testes genéticos que podem revelar variantes ou mutações capazes de aumentar o risco da doença”, esclarece o oncologista da Santa Casa de Maceió, Davi Carvalho. 

Segundo o especialista, o exame pode ser feito por coleta de sangue ou por swab bucal, uma técnica simples e indolor. Entre os principais genes estudados pela oncogenética estão o BRCA1 e o BRCA2, conhecidos como genes supressores de tumor. Eles atuam no reparo do DNA e no controle do ciclo celular.

“Quando esses genes sofrem mutações patogênicas, essa supressão deixa de ocorrer de forma adequada, e as células passam a se multiplicar desordenadamente, o que pode dar início ao câncer. Os exames não conseguem prever quem vai ter câncer, mas identificam pacientes com maior risco de desenvolvê-lo.”, explica o oncologista.

Carvalho ressalta que o câncer, na maioria dos casos, é uma doença multifatorial, influenciada por aspectos genéticos e comportamentais. “Os hábitos que mais pesam para o desenvolvimento da doença são obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool”, observa.

Câncer de mama

Um levantamento da Vigilância Epidemiológica dos Estados Unidos aponta que as mulheres têm entre 12% e 13% de chance de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Mas a doença também atinge os homens. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73,6 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025. 

Antes da realização de qualquer teste genético, o especialista reforça a importância do aconselhamento genético, etapa essencial para avaliar se o exame é realmente indicado.”Durante a consulta, serão analisados o histórico individual e familiar do paciente e determinar se o teste é necessário”, avalia.

O médico aponta os casos mais indicados ao exame. “De modo geral, têm maior risco os pacientes jovens, abaixo de 50 anos, mesmo sem histórico familiar; mulheres com tumores de mama triplo negativo; homens com câncer de mama; e pessoas de origem judaica com histórico da doença”, concluiu.

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