O Universo de Cada Um

Queridos Leitores,

Depois de ‘renovar’ minha amizade com meu querido irmão de alma, o Pixote, fui tomada de uma alegria sem igual. Como é bom esclarecer uma falta de comunicação e nem pensar mais na bobagem acontecida… sim foi uma bobeira que nos afastou, mas em minha defesa e dele também a gente nunca imagina o que se passa na cabeça de outra pessoa e foi pensando nisso que vou aqui falar de uma pessoa que mesmo que ele mostre ao mundo o que se passa em sua cabeça, muitas pessoas não entendem isso, acho que nem eu entenda, mas admiro e tiro minhas próprias conclusões!

Em 2014, quando fiz 50 anos, uma amiga que morava aqui me deu de presente para a gente ir ver uma exposição do designer de moda Jean Paul Gaultier que estava acontecendo no Barbican, um lugar bem bacana com teatros, galerias e tudo que tem a ver com arte. Depois iríamos passear ali naquela área que chamam de city e fomos até num terraço de um prédio que fica atrás de Catedral de São Paulo. E como sempre eu tiro muitas fotos.

Eu estava super entusiasmada para ver a exposição, afinal eu trabalho com maquiagem, e moda anda de mãos dadas com maquiagem, pelo menos uma das vertentes da maquiagem!

Em cada sala que entrava eu via aquelas criações, imaginava a euforia de outras pessoas ao verem as doideiras que saíram da cabeça dele, qual seria a maquiagem para aumentar ainda mais a beleza das peças sem tirar a atenção delas, e entender um pouco mais do processo de criação do incrível JPG.

A exposição era um luxo atrás do outro. Tinham roupas que eram somente para a passarela, para o seu show mas tinham muito mais roupas que eram ‘usáveis’ , mas só para quem tem muito dinheiro, porque uma peça criada por ele não era somente uma peça do guarda roupa, era uma obra de arte e que podia ter vida própria no corpo de quem as comprassem!

Eu saí inspiradíssima dessa exposição, depois de saber um pouco mais sobre ele, e que agora tive que refrescar a memória para contar para vocês.

Ele nasceu e cresceu em Paris, de uma família simples e foi sua avó que o introduziu ao mundo da moda. Ele nunca teve nenhum treinamento formal, simplesmente mandava seus esboços para os estilistas de alta costura desde bem jovem. Pierre Cardin ficou impressionado com o talento dele e o contratou como seu assistente em 1970. Depois trabalhou para várias estilistas até que Pierre Cardin o mandou para Manila para gerenciar a boutique dele. Imelda Marcos foi uma de suas clientes. Por causa disso ele foi colocado numa lista de pessoas que não podiam deixar o país, então inventou que tinha uma emergência de família, foi embora e nunca mais voltou…

Sua primeira coleção individual foi em 1976, e apesar das pessoas acharem suas peças decadentes os editores de moda da época ficaram impressionados com sua criatividade e seu domínio da alfaiataria. Entre essa primeira coleção e sua aposentadoria em 2020, ele teve uma carreira que o tornou milionário mas que sua irreverência e criatividade foi o que sempre marcou em sua vida.

Não estou querendo aqui me comparar a JPG, só quero mesmo, como escritora, poeta, fotógrafa e colunista, dar uma pequena ideia, do universo que existe dentro de minha cabeça. É uma exposição semanal que faço de minha vida, não para me mostrar, mas para que vocês entendam que essa ebulição que acontece em mim é como o ar que respiro e me mantém viva. Pessoas como o Pixote, com seu jeito tranquilo, são pessoas que gosto de ter ao meu redor, pois são essas pessoas que me inspiram para a cada dia eu seja sempre mais eu mesma!

Fiquem com as fotos da exposição do JPG, um verdadeiro desfile, e mais umas fotos de Londres nesse dia, e como sempre a poesia!

Até a Próxima!

Aída

Essa briga não é de hoje,
Dela o poeta sempre fala,
Está fora de nosso controle,
Pois sempre um dia abala!

É a briga da razão,
Sempre muito coerente,
Contra o coração,
Sempre muito envolvente…

E o conflito é constante,
Para quem ouve o coração,
Pois torna o amor fascinante,
E desequilibra a razão!

Aída
27/09/24