A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alerta que pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm duas vezes mais chance de se envolver em acidentes de trânsito. Apesar de ser comumente detectado na infância, o quadro de saúde geralmente acompanha o portador ao longo de toda a vida.
Durante o 16° Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, a médica do tráfego, Joan Faber, citou estudos que associam o TDAH a comportamentos no trânsito que incluem falta de julgamento, tendência em assumir riscos e busca por emoções.
“Condutores com TDAH têm pior desempenho em longas distâncias, em vias pouco movimentadas, na condução monótona – principalmente quando não medicados”, afirmou a especialista.
Segundo Faber, condutores com TDAH apresentam melhor performance quando dirigem por percursos urbanos, de trânsito intenso. Automóveis com câmbio manual, que demandam mais atenção, também melhoram o nível de segurança.
O transtorno apresenta sintomas de impulsividade, desatenção e agitação. “Tarefas secundárias, como comer e ingerir líquidos, mudar a estação de rádio, ou utilizar o celular, pioram substancialmente o desempenho”, alerta a médica.
Não há proibição, na legislação brasileira, da pessoa com TDAH tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No entanto, o transtorno deve estar sob controle medicamentoso e terapêutico. O procedimento tem adaptações, como o dobro de tempo na prova teórica. Podem ser exigidos relatórios médicos e avaliações complementares.
Dados da entidade mostram ainda que, no Brasil, a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes, com idade entre 6 e 17 anos. Em 5,2% dos jovens, com idade entre 18 e 44 anos, e em 6,1% das pessoas maiores de 44 anos.
*Com informações da Agência Brasil
