Amor de Sorvete não Derrete!

Queridos Leitores,

Amanhã é comemorado o dia das Crianças, e também o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do nosso Brasil, então resolvi reproduzir aqui um texto que escrevi em 2021, que fala de infância, do meu lado criança e de amor por sorvete e por minha filha!

Que Nossa Senhora Aparecida olhe por nossas crianças, e que nós adultos, nunca esqueçamos de nossas crianças interiores com pureza na alma e amor incondicional!

Feliz dia das crianças para todos nós!

Fiquem com o texto, umas poucas fotos e a poesia que nunca falta!

Até a Próxima!

Aída

“Amor de Sorvete não Derrete!

Sempre fui apaixonada por sorvete, ou picolé. Adoro coisas congeladas que deixam  um gosto doce na boca.
Quando pequena, aos domingos íamos passar o dia no motonáutica e eu passava o dia chupando picolé de tangerina!
Quando o ballet era no Centro e eu voltava a pé pra casa sempre parava numa sorveteria no edifício Brêda e tomava uma banana split, mas escolhia os sabores do sorvete, era minha indulgência secreta.
Herdei esse gosto por sorvetes de minha mãe e nunca pensei que fosse encontrar alguém que gostasse tanto de sorvete como eu.
Mas me enganei, minha filha herdou esse gosto também.
Quando ela tinha uns 8 anos, perto de completar 9, e eu estava com meu ex marido, de férias no Brasil, nós duas vivemos uma aventura com sorvete!
Devo dizer que meu ex marido era muito chato, eu não via essa chatice na época, mas a Nanda sim.
Todo dia eu voltava da praia com ele para almoçar em casa, junto com meus pais e a Nanda, e como o sol era muito forte pra ele, não dava outra, ele ia pra cama dormir, foi aí que a Nanda bolou um plano.
Bem baixinho ela me disse:

– Mãe, venha comigo e traga sua carteira!

Eu meio que sem entender me deixei ir, então saímos de casa e lá embaixo no prédio fomos em direção a garagem , atravessamos a galeria, na rua da praia fomos em direção à praça Sinimbu, na esquina da pizzaria Sorriso à direita tinha uma sorveteria nova, era bem pequena e self service. Os olhos dela brilhavam de alegria ao me mostrar o lugar!

– Agora vamos tomar um sorvete.

Ela na minha frente foi logo escolhendo o copinho, perguntei porque não a casquinha.

– Mãe, a casquinha enche muito, eu gosto é de sorvete!

Eu pensei comigo mesma: essa é minha filha mesmo!
Ela foi direto no sorvete de morango e cobertura de morango com aqueles enfeites cor-de-rosa, já eu fui no sorvete de chocolate e no de cajá com cobertura de chocolate e castanha por cima. Eu paguei e nos sentamos na mesa e caladinhas tomamos nossos sorvetes.
Quando terminamos, voltamos pra casa andando caladas de mãos dadas sem dizer uma palavra. Ao chegar em casa, antes de sair do elevador ela se virou pra mim e disse:

– Não conte pra ninguém, esse é nosso segredo.

Eu concordei e entramos em casa pra encontrar papai e mamãe na sala e o ex ainda dormindo.
No outro dia, depois do almoço eu sentada na sala senti alguém bater no meu ombro era ela que sussurrou no meu ouvido:

– Vamo lá?

Eu me levantei e fiz como no dia anterior.
No elevador ela me disse:

– Brian está dormindo e eu trouxe sua carteira!

Ela segurou minha mão e andamos felizes até a sorveteria e aquele mesmo ritual e os mesmos sabores.
Num desses dias ela quebrou o silêncio e perguntou:

– Mãe, porque vc toma esses sabores todo dia?

Então eu contei pra ela sobre a lanchonete do edifício Breda e o que eu fazia e na minha banana split eu sempre pedia sorvete de chocolate e sorvete de cajá!
Esse foi o segredo mais bem guardado de minhas férias desse ano!
O meu amor por sorvete continua, e todas as vezes que tomo soverte de chocolate com sorvete de cajá sinto também um gostinho de felicidade misturado com saudade!
E foi assim que descobri que amor de sorvete não derrete!

Aída

30/01/21”

Estou planejando meu renascimento,
Desmanchar as tranças,
Meu ser pleno,
Deixando pra trás o corpo de criança.

Nesse novo adulto nascendo,
Vou ser corajosa e valente,
Nada temendo,
E uma determinação crescente.

Mas uma coisa eu digo,
A criança vai sempre estar em mim,
De olhar doce e colorido,
Transformando um mar de espinhos em jardim.

Acho-me mais,
Mais bonita e mais feliz,
Que o pouco é demais,
E me realizo sendo aprendiz…

De como ser adulto!

Aída

09/05/19