Queridos Leitores,

Esses dias tenho pensando muito na palavra ‘saturação’, e fui buscar no dicionário sua definição exata,  escolhi a versão que mais se aplica ao que vou falar hoje: Saturação é o estado do que se acha saturado, repleto, cheio, saciedade…

Pensei isso depois de uma conversa com meu editor, o Luís, que já tenho 72 matérias publicadas e ainda tenho tanta coisa para escrever… estou na fase de que tenho que prestar atenção para não colocar aqui coisas repetidas… Eu realmente acho que meu estado de saturação é a definição acima, e que escrever é uma maneira de esvaziar meu coração e alma para dar lugar a mais e mais amor, paixão, felicidade e até tristeza!

A saturação que vou falar hoje, é de amor! Eu estou sempre cheia dele, repleta e isso às vezes me deixa um pouco sufocada porque por mais que eu diga para as pessoas que as amo, ou que faça algo para demonstrar amor, eu nunca esvazio dele! Como disse Milton e Caetano: Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar!

E seguindo essa linha de pensamento venho falar aqui de uma visita que fiz ao Regent’s Park, em julho de 2021. Acredito, que foi ali que entendi que eu tenho muito amor para dar e que realmente eu não sabia como fazê-lo, pois eu queria dar e receber de volta, e na verdade era a expectativa de receber que me fazia sofrer…

Esse parque fica numa área nobre de Londres, e realmente eu já tinha passado por ele várias vezes, mas nunca tinha entrado para conhecer de verdade, e nesse dia de verão, no sol a pino, eu fui visitar esse parque eu queria ver o jardim das rosas da Rainha Mary, porém eu conheci mais que isso…

Em lá chegando já estava exausta, não só por causa do calor, mas também porque a radioterapia tinha terminado em maio daquele ano, e o sol era um dos gatilhos que ativava a radiação! Mas eu não desisti, e continuei. Muito irresponsável de minha parte, eu ainda estava doente, mas ficar de repouso não estava nos meus planos.

Fui seguindo as placas e me deparei com uma ‘avenida’ de flores, com fontes, banquinhos e tudo que um jardim possa oferecer. A princípio achei que era o jardim que queria conhecer, mas não era, pois todo mundo falava que antes da pessoa chegar no jardins das rosas é possível sentir o perfume delas. Então eu continuei andando até chegar num ponto que realmente eu senti… aí foi só seguindo o cheiro para encontrar!

O perfume das rosas foi ficando mais intenso, até que me deparo com a entrada daquele lugar, e pronto, todo mal estar foi esquecido, o perfume das rosas pareceu um elixir de energia que tomou conta de mim. Fotografei tantas rosas, de todas as cores, de todos os tamanhos, um lugar que eu não mais queria sair. Parecia que as rosas estavam me mostrando que ali eu poderia deixar muito amor e também recarregar minhas energias dele!

É um pouco difícil de explicar, mas ali, naquele jardim, rodeada de rosas eu pude deixar todo aquele amor amargo de dentro de mim,  pois o perfume das rosas tiravam o amargor e saí  ‘saturada’ de amor, mas sem amarguras ou expectativas!

Hoje em dia eu conscientemente coloco esse amor nos meus escritos, nas minhas fotos e nos meus passeios, e ao lerem minhas colunas vocês estão absorvendo esse amor que eu tenho esborrando!

Mais gratificante ainda é quando eu sinto a reciprocidade, sem expectativa e quando posso sorrateiramente ‘roubar’ algumas batidas dos corações dos que me abraçam e ao mesmo tempo deixo algumas batidas minhas dando assim todo esse amor ‘saturado’, por ser muito, dentro de mim!

Esse jardim me ensinou que amor é para ser sempre espalhado, e esse ano tem sido de tanto amor que eu só tenho a agradecer a Deus por tanto e a todos vocês que fazem parte desse amor!

Fiquem com as fotos, e a poesia!

Até a Próxima!

Aída

Ando saturada de amor,
Sem ter como espalhá-lo,
É minha reação à dor,
Que cura sem dar trabalho!

Mas tanto amor assim,
Esborrando pelos poros,
É amor sem fim,
É amor além dos olhos…

Volta pra mim, meu amor
Pra compartilhar essa saturação,
Usufruindo com fervor,
Do meu corpo, alma e coração!

Aída
20/10/24