Matéria atualizada

Queridos leitores,

E finalmente o Brasil e os brasileiros começam a viver o ano 2025… hoje em dia entendo como meu ex marido ficava espantado que o país inteiro parava por 4 dias para o carnaval… porém eu entendo mais ainda que está no espírito do brasileiro de ser alegre e de gostar de festas! Eu realmente, nesse quesito, tenho meu coração dividido entre a brasileira e a britânica…

Na matéria da semana passada, realizada na mesma semana, foi sobre um passeio que realizei em Londres. Mas na matéria de hoje volto para 2009, quando fui conhecer Roma, junto com David, que não só era meu namorado (será que depois dos 40 ainda posso chamar de namorado?) na época, como também é um companheiro de viagem sem igual!

Como sempre, organizei tudo, tipo, voos e hotel pela internet. Ele também nunca tinha ido para Roma, e eu achava engraçado que ele achava que entendia italiano…rsrs e eu, que dizia que não entendia, ficava rindo das interpretações dele! – Trabalhei alguns anos como subgerente de um bar de italianos, em Londres, por isso aprendi um pouco, já que para mim foi mais fácil, por ser uma língua latina.

Em Roma tudo é caro. A gente paga até para respirar naquele lugar. Pesquisei bastante sobre a cidade. No primeiro dia demos um rolê e conseguimos agendar alguns passeios que queríamos fazer com um guia, tipo o Coliseu e o Fórum Romano. Organizamos também a visita ao Vaticano, com assentos na área especial, por onde o Papa passa, e depois fazer o tour passando principalmente na Catedral de São Pedro e no Museu do Vaticano, onde tem a Capela Sistina. Os demais lugares nós fizemos sem guia, com o mapa na mão, um entendimento de italiano muito ruim e muito bom humor.

Na hora de escolhermos um restaurante, era uma novela. David não entendia a explicação dos garçons, que ficavam na porta chamando as pessoas. Porém, ele aprendeu que na Itália se cobra uma tal de ‘cover’, que um dia perguntou ao garçom o que era, então lhe responderam que eram as toalhas de mesa. Prontamente, David se levantou, tirou a toalha da mesa e disse que não queria toalha… eu não sabia onde me enfiar… rsrs, ele sabia que não iria conseguir, mas fez seu protesto!

Fomos em outubro, o que significa que tanto em Londres quanto em Roma, já estava com temperaturas bem baixas, mas para nossa sorte teve uma onda de calor durante a semana que nossas roupas ficaram quentes demais, porém isso não nos parou!

Roma realmente é linda, e caminhar ali, é viver a história da humanidade. A história do cristianismo que se mistura com a mitologia romana, que também mistura com a mitologia grega. Um lugar incrível e que traz muitas perguntas tipo: Como os romanos construíram o coliseu sem ter o zero em seus algarismos?

Estar ali em meio a tanta história, parece que mesmo estando no século XXI nos faz sentir como se estivéssemos numa outra vida, no passado.

Um dos momentos mais emocionantes, para mim, foi ver o Papa bem pertinho. A emoção foi tanta que entreguei a câmera para David, que no final do dia me disse: “Eu imagino o que você tenha sentido naquela hora, eu que cresci dentro de outra religião, mas que não tenho nenhuma, senti uma paz infinita na presença daquele senhor, e depois em tudo que eu via, eu sentia a presença de Deus!” Quando ele me disse isso, entendi minha emoção, e até hoje, em qualquer lugar que visito, sempre sinto a presença de Deus, como David docemente me explicou, e é por isso que essas minhas aventuras, mesmo que para lugares sem muita beleza, são especiais, pois sim, sinto a presença de Deus me fazendo feliz!

Fiquem com as fotos e a poesia!

Até a Próxima!

Aída

Atualização de conteúdo

Queridos leitores,

Resolvi escrever essa matéria extra, para complementar com uma pequena estória que aconteceu comigo e que na viagem à Roma, voltei no tempo e me senti uma criança novamente!

Pois bem, em 1972, acredito que todos (que leem minha coluna semanalmente) devem saber que minha irmã sofreu um acidente e virou anjo. Eu tinha apenas 7 anos de idade e iria fazer 8 naquele ano.

Por causa de minha pouca idade, não entendia bem o que meus pais estavam sentindo. Particularmente senti muita saudade de dela, que eu aprontava junto, já que as mais velhas não gostavam de brincar comigo, por eu ser manhosa… rsrs uma prerrogativa da filha mais nova!

De repente fiquei sabendo que meus pais iriam viajar, para a Europa, eu nem sabia o que era Europa, e que iriam ficar bastante tempo fora. Nós íamos ficar na casa de tios. Então Núbia ficou na casa de tio Roberto, Cristina ficou na casa de tio Zito e eu fiquei na casa de tio Luciano, que na época moravam vizinhos a nós, no Farol.

Não vou dizer que foi divertido. Fui muito bem cuidada por meus tios e brincava muito com Lucianinho. Mas me sentia só, pois não tinha mais minha irmãzinha e meus pais foram viajar.

Em todo lugar que chegavam, mandavam cartões postais para cada uma de nós. Um belo dia recebi um cartão, vindo de Roma/Vaticano, com a foto da Pietá. Não lembro o que dizia o cartão e não sei onde foi parar, mas entendi que aquele cartão era um presente dos meus pais, aquela linda escultura. Assim, desde então, me achava a dona da Pietá! Fui crescendo e descobrindo mais detalhes sobre ela, quem esculpiu, e lembro da notícia na televisão, quando a puseram de volta na basílica de São Pedro, depois de restaurada de um ataque que sofreu, após um maluco quebrar o nariz do Cristo com um martelo. Na época eu fiquei feliz de ver que a tinham restaurado e fiquei atônita de saber que esse tipo de maldade acontecia. Aí pensei: se ela fosse minha não deixaria ninguém tocá-la.

O tempo passou e eu nem pensava mais sobre isso, até que eu fui para Roma e visitei o Vaticano. Assim que entro na basílica de São Pedro me deparei com ela, a ‘minha’ Pietá! E que depois do ataque, ela fica intocável, no altar, atrás de um vidro à prova de balas, para que todos possam admirá-la!

Foi a minha segunda emoção naquele dia… eu a olhava e tantas lembranças me vinham à cabeça. Como ela foi meu consolo, e minha companheira, enquanto meus pais tentavam encontrar alegria de viver de novo.

Já tinha mais de 2 anos da partida de Ricardo, mas que para mim não parecia, a dor era tão grande que eu esqueci até de mim, e nessa viagem pude ver a Pietá na minha frente, o que me fez lembrar que eu ainda estava viva e que não podia me entregar a dor!

Foi ali, em frente da mais bela escultura que já vi, que decidi que eu ia voltar a cuidar de mim e viver o mais intensamente possível, pois seria isso que meus irmãos iriam querer de mim. Senti que, assim como a Pietá foi restaurada da ‘tristeza’ do ataque, eu também poderia me recuperar da tristeza de mais uma vez perder um irmão!

No início dessa lembrança vocês veem as duas, isso mesmo, as únicas duas fotos que eu tirei dela… parece que quando fico emocionada eu não consigo fotografar!

Até a Próxima!

Aída