A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, na segunda-feira (12), o italiano Carlo Ancelotti como o novo técnico da Seleção Brasileira. Ele cumpre sua última rodada no clube espanhol, Real Madrid. No Brasil, estreia já no mês de junho, nos jogos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Em sua carreira desportista, Ancelotti foi cinco vezes vencedor da Champions League como treinador e duas vezes como jogador. O italiano é o único treinador a conquistar as cinco principais ligas europeias, à frente de gigantes como Milan, Real Madrid, Chelsea, PSG e Bayern de Munique.
O europeu é o primeiro técnico estrangeiro efetivo, no comando da seleção canarinho. Aos 65 anos, estará no comando da emblemática camisa verde e amarela a partir de 26 de maio, com o desafio de glorificar a seleção pentacampeã do mundo.
“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro”, afirmou presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Estima-se que Ancelloti receberá 10 milhões de euros (cerca de R$ 63,21 milhões na cotação atual) por ano da CBF. O valor é similar ao que o italiano recebe no Real Madrid, aproximadamente R$ 5,3 milhões por mês. Este será o maior salário entre os técnicos que já treinaram o seleção brasileira.
O italiano vai superar a remuneração de Dorival Júnior (2024-25), com R$ 2 milhões; Felipão (2013-14) e Dunga (2014-16), com R$ 1,8 milhão; Tite (2016-22), com R$ 1,6 milhão; e Mano Menezes (2010-12) com R$ 1,2 milhão por mês, em valores corrigidos.
Curiosidade
Carlo Ancelotti se aposentou como jogador em 1992, aos 33 anos. A partida de despedida com a camisa do Milan foi curiosamente um amistoso contra a Seleção Brasileira, que venceu os italianos por 1 a 0 no San Siro, em Milão.
Despedida
No site oficial do Real Madrid, Carlo Ancelotti compareceu à sala de imprensa, após o último treino como técnico do clube, antes do confronto com o Mallorca, pela La Liga, no dia 25.
“Espero um jogo disputado, como os últimos. Queremos colocar em campo uma equipe competitiva para dar o nosso máximo, que é vencer os três jogos que faltam. A LaLiga ainda não está decidida e não queremos entregá-la ao adversário. Queremos jogar bem essas três partidas e fechar da melhor maneira possível uma temporada que foi difícil.”
“A partir do dia 26, serei treinador da seleção brasileira, e isso é um grande desafio. Mas, neste momento, ainda sou treinador do Real Madrid e quero encerrar bem essa reta final e essa fantástica aventura aqui. O tempo que estou vivendo são os últimos dias no clube – e, pelo grande respeito que tenho por essa instituição, pela torcida e pelos jogadores, estou 100% focado nesse final de ciclo espetacular.”
Sua saída
“Desde o dia 26, sou treinador da seleção brasileira. É oficial. Ontem, a CBF divulgou um comunicado. O Real Madrid vai divulgar o seu quando achar adequado. Não há nenhum problema. Fará isso no tempo certo para o clube, e não há mais nada a acrescentar, assim como a CBF fez ontem. O que eu converso com o clube é absolutamente pessoal. É preciso olhar para os fatos: sou treinador do Real Madrid até o dia 25, e ontem me dei conta de que deixo de ser o técnico desta equipe.”
“O futebol, assim como a vida, é feito de aventuras que começam e terminam. Quando cheguei, sabia que um dia isso ia acabar. Esse dia será o 25. Foi um período muito bonito, em que todos nós aproveitamos bastante, mas tudo na vida tem um fim. Se até a vida acaba, imagina um ciclo em um clube de futebol. Eu aproveitei muito e, por ser sério e profissional, quero encerrar bem. Foi um período importante. Nunca tive problema com o clube, e nunca terei. É um clube que vou levar no coração. Um dia essa aventura teria que acabar. Vivemos momentos muito bons e conquistamos muitos títulos. Vai ficar uma lembrança fantástica para toda a vida.”
O anúncio do Brasil
“Cada um age da forma que acha melhor. Eu sei como serão essas duas semanas: preparar o jogo de amanhã, o de domingo e o da Real Sociedad. A partir do dia 26, terei outra missão e vou pensar nisso depois. Entendo tudo, respeito todas as opiniões e é isso. São coisas do futebol, como as coletivas que a gente tem que enfrentar, mas não estou triste.”
Com que sentimentos termina essa lua de mel com o Real Madrid?
“Não saio frustrado, porque se, no dia em que cheguei, me dissessem que eu ganharia 11 títulos em quatro anos, eu assinaria com sangue. O balanço geral desse período é inesquecível, mesmo com este último ano. Estou muito feliz, embora hoje seria um dia fantástico se não houvesse entrevista coletiva e eu não precisasse explicar coisas que preferia não comentar. Estou com a camisa do Real Madrid, respeito muito essa camisa e quero honrá-la até o último dia – por isso não quero responder sobre outros assuntos. Queria ter vencido a LaLiga e a Champions, mas estou feliz com tudo o que me cerca.”
“Não eduquei mal os jogadores e não me arrependo de nada. Aproveitei ao máximo aqui, e quero continuar aproveitando até o último dia. Extrai o máximo que podia e os títulos falam por si. Nunca senti que o Real Madrid não me queria. O Madrid sempre me valorizou e sempre demonstrará carinho por mim. São coisas da vida. Eu não poderia ser treinador do Real Madrid para sempre.”
Agradecimentos
“As coisas chegam ao fim porque, às vezes, o clube pode precisar de um novo impulso – e não é preciso fazer drama com isso. Quero agradecer imensamente a este clube. Agora cada um segue seu caminho, e, com todo o carinho do mundo, serei torcedor do Real Madrid para o resto da vida. Está se encerrando um período espetacular. Nunca imaginei que poderia treinar o Real Madrid por seis temporadas. Isso aconteceu, e só posso agradecer ao clube por isso.”
Com informações do site oficial do Real Madrid
